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Atualizado 10 de outubro de 2025 por Sergio A. Loiola

Cientistas observaram um novo mecanismo para coletar luz e transformá-la em eletricidade, com eficiência próximo a 100 %, uma descoberta que promete redefinir o futuro da energia solar e da eletrônica.

Além de viabilizar painéis solares mais leves, mais baratos e mais simples construídos a partir de um único material.

A Pesquisa foi publicada na Revista Nature Materials.

Teste de aplicação do melhoramento feito pela UFPR nas células solares orgânicas. Fonte: Revista Crea – PR

Veremos a seguir essa empolgante descoberta, que dará um novo salto na geração solar distribuída. Em Texto, Imagens e 2 Vídeos:

Vídeo 1: Tecnologia brasileira inova na captação da energia solar

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Vídeo 2: Nova PLACA SOLAR pode superar a PEROVSKITA? [KESTERITA]

Surpresa inesperada no desenvolvimento de Células solares orgânicas

O fenômeno fotovoltaico, por muito tempo considerado domínio exclusivo dos óxidos metálicos inorgânicos, foi observado dentro de uma molécula semicondutora orgânica.

A eletrônica orgânica, ou eletrônica de plástico, viabiliza coisas como aparelhos circuitos flexíveis e fabricados por impressão – ela promete reduzir o custo de praticamente toda a eletrônica, além de viabilizar usos que hoje não são práticos com a rígida eletrônica do silício.

Teste de aplicação do melhoramento feito pela UFPR nas células solares orgânicas. Fonte: Revista Crea – PR

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Biwen Li e colegas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, estavam estudando uma molécula semicondutora orgânica de spin radical, chamada P3TTM [tris(2,4,6-trihlorofenil)metil substituída por trifenil].

Em seu centro, encontra-se um único elétron desemparelhado, o que lhe confere propriedades magnéticas e eletrônicas únicas.

Eles desenvolveram esta classe de moléculas em busca de uma luminescência mais eficiente, para servir de base para LEDs orgânicos (OLEDs) mais eficientes.

Mas, quando começaram os testes com os novos emissores de luz, a molécula revelou um talento oculto:

Estrutura do novo material (esquerda) e uma película fina dele emitindo luz vermelha (direita) . [Imagem: Biwen Li/Cavendish Laboratory/Cambridge]

Quando colocados em contato próximo, seus elétrons desemparelhados interagem de uma maneira surpreendentemente semelhante a um isolante de Mott-Hubbard, um tipo especial de material isolante que desafia a teoria tradicional da condutividade elétrica.

Enquanto a maioria dos isolantes não conduzem eletricidade porque não têm elétrons livres para transportar corrente, o isolante de Mott-Hubbard é isolante por um motivo completamente diferente, pela forte repulsão mútua entre seus próprios elétrons.

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A equipe demonstrou o potencial do seu material criando uma célula solar usando um filme fino de P3TTM.

Todo o processo de conversão fotoelétrica funciona em um único material. [Imagem: Biwen Li et al. – 10.1038/s41563-025-02362-z]

Outra vantagem se refere ao fato de que, nas células solares semicondutoras convencionais, a conversão dos fótons em elétrons (cargas negativas) e lacunas (cargas positivas) só pode ocorrer na interface entre dois materiais diferentes, onde um atua como doador e o outro como receptor de elétrons, o que compromete a eficiência geral.

Neste novo material, após a absorção de um fóton o processo de mover um elétron de uma molécula para uma molécula vizinha idêntica é energeticamente “descendente”, criando assim cargas elétricas sem a necessidade de um mecanismo doador-receptor.

 Estruturas químicas das moléculas investigadas e energia orbital molecular relativa entre dopantes radicais e materiais hospedeiros. a , b , Estruturas químicas de emissores de radicais baseados em TTM ( a ) e materiais hospedeiros ( b ) investigados neste estudo. c , Alinhamento de energia orbital molecular correspondente de P 3 TTM e materiais hospedeiros. Os materiais hospedeiros mostram apenas a energia HOMO (as energias são indicativas e estimadas a partir dos valores relatados. Fonte: Artigo Nature. https://www.nature.com/articles/s41563-025-02362-z

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A descoberta tem um alcance profundo, tanto ao mudar os livros didáticos de física, quanto pelo impulso que ele dá a todo o campo da eletrônica orgânica, e sobretudo às células solares orgânicas, que podem ser fabricadas como autênticos papéis de parede, podendo ser coladas em qualquer superfície, sem estruturas físicas adicionais.

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Novo Salto: Célula Solar Orgânica Tem Eficiência de 90 %

Bibliografia

Revista: Nature Materials

Artigo: Intrinsic intermolecular photoinduced charge separation in organic radical semiconductors
Autores: Biwen Li, Petri Murto, Rituparno Chowdhury, Laura Brown, Yutong Han, Giacomo Londi, David Beljonne, Hugo Bronstein, Richard H. Friend
DOI: 10.1038/s41563-025-02362-z

CREA – PR

Inovação em células solares orgânicas

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