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Atualizado 5 de maio de 2025 por Sergio A. Loiola

Experimento inédito realizado em laboratório demonstrou que algumas espécies de líquens podem sobreviver em Marte, mantendo um estado metabolicamente ativo. Para a Astrobiologia significa que a vida pode existir em Marte ou outros mundos similares.

Líquens não são um organismo único, mas uma associação simbiótica entre um fungo e algas e/ou cianobactérias, conhecidas por sua extrema tolerância a ambientes hostis, como desertos e regiões polares da Terra.

Neste experimento, o parceiro fúngico na simbiose do líquen permaneceu metabolicamente ativo quando exposto a condições atmosféricas semelhantes às de Marte, incluindo os níveis de luz e de radiação de raios X esperados em Marte ao longo de um ano de forte atividade solar.

Líquen Cetraria aculeata superposto a uma imagem de Marte. [Imagem: Kaja Skubala et al. – 10.3897/imafungus.16.145477]

A pesquisa foi publicada na Revista IMA Fungus

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O teste foi feito em um ambiente que simula as condições da atmosfera marciana, incluindo a radiação ionizante, que penetra profundamente na atmosfera rarefeita do planeta vermelho.

Arranjo experimental da câmara de simulação da atmosfera marciana, incluindo grade de metal com os líquens, mesa de resfriamento, sensores de temperatura, pressão e umidade, lâmpada de raios X com controlador, válvula de CO2 com cilindro, controladores de vácuo e pressão, mesa de resfriamento e computador de controle.
[Imagem: Kaja Skubala et al. – 10.3897/imafungus.16.145477]

Líquens espaciais

Os experimentos usaram duas espécies de líquen, Diploschistes muscorum e Cetraria aculeata, selecionadas por suas características diferentes.

Ambas foram expostas a condições semelhantes às de Marte, em uma simulação da composição atmosférica do planeta, incluindo pressão, flutuações de temperatura e radiação de raios X.

O experimento mostrou que os líquens podem sobreviver em Marte, apesar das altas doses de radiação de raios X associadas a erupções solares e partículas energéticas que atingem a superfície do planeta – o D. muscorum saiu-se particularmente bem.

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Vida em Marte e outros mundos

Estes resultados contestam a suposição de que a radiação ionizante é uma barreira intransponível à vida em Marte, abrindo caminho para pesquisas sobre o potencial de sobrevivência microbiana e simbiótica extraterrestre.

Cetraria aculeata e Diploschistes muscorum. As setas pretas indicam pigmentos de melanina, as setas vermelhas indicam cristais de oxalato de cálcio e os asteriscos amarelos indicam grãos de areia de quartzo presos dentro do talo dos líquens. Características morfológicas e anatômicas de Cetraria aculeata ( a, d, g, j ) e Diploschistes muscorum ( 
b, c, e, f, h, i, k, l ): a, b talo de líquen; d, e, g, h seções transversais do talo em microscópio de luz; j, k seção transversal do talo em MEV ; c grão de areia de quartzo cercado por hifas fúngicas; f, i, l cristais de oxalato de cálcio na superfície do talo. Setas pretas indicam pigmentos de melanina, setas vermelhas indicam cristais de oxalato de cálcio e asteriscos amarelos indicam grãos de areia de quartzo presos dentro do talo. [Imagem: Kaja Skubala et al. – 10.3897/imafungus.16.145477]

A equipe recomenda que sejam feitas novas observações em períodos maiores e que comecem os preparativos para experimentos reais em Marte.

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A reprodução de matérias é livre mediante a citação do título do texto com link apontando para este texto. Crédito do site Nature & Space

​VIDA: LIQUENS SOBREVIVERAM EM TESTE SIMULADO DE MARTE

Bibliografia

Artigo: Ionizing radiation resilience: how metabolically active lichens endure exposure to the simulated Mars atmosphere.
Autores: Kaja Skubala, Karolina Chowaniec, Miroslaw Kowalinski, Tomasz Mrozek, Jaroslaw Bakala, Ewa Latkowska, Beata Mysliwa-Kurdziel
Revista: IMA Fungus
Vol.: 16: e145477
DOI: 10.3897/imafungus.16.145477

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Líquens sobrevivem em atmosfera simulada de Marte

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