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Atualizado 12 de agosto de 2025 por Sergio A. Loiola

Novos indícios de que impacto de cometa resfriou a Terra há 12.800 anos. Geólogos encontraram rochas tambem no fundo do mar, que dão suporte à ideia do impacto de um cometa que mudou o clima da Terra.

Antes uma equipe havia encontrado esse tipo de rocha sobre o continente, agora, depois de ampliar sua área de busca, a mesma equipe encontrou indícios similares também no fundo do mar.

A Pesquisa foi publicada na Revista PLoS ONE.

O intenso período Glacial de entre de 1200 anos ocorrido há 12,9 mil anos atrás, o Younger Dryas, teve onsequências dramáticas para Sociedades e a Vida na Terra.

Veremos aqui o que foi o “Dryas Recente”, ou Glacial recente ou Pequena era do gelo, com duração de 1200 anos, e seu impacto para o vida humana e todo a vida na Terra.

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A hipótese de um grande cometa ganhou evidências

Essa hipótese propõe que um cometa colidiu com a atmosfera da Terra há 12.800 anos, causando uma mudança climática generalizada que, entre outras coisas, levou à inversão abrupta da tendência de aquecimento da Terra, e a um período quase glacial anômalo chamado Dryas Recente.

Durante esses períodos frios, a dríade-branca era muito mais disseminada do que hoje, quando a tundra dominava áreas atualmente cobertas por florestas.

O Younger Dryas ocorreu primeiro em altas latitudes do hemisfério norte e depois se propagou para o sul, por meio de processos atmosféricos e oceânicos, alcançando também a Antártica. NASA ‘Blue Marble next generation’ map, composite of satellite images from February 2004. Fonte: Nasa

O nome da época vem da planta dríade-branca (Dryas octopetala): O Dryas Recente e o Dryas Antigo foram batizados devido às grandes quantidades de pólen dessa planta encontradas em amostras de solo datadas daqueles períodos.

Durante o resfriamento abrupto – o evento Dryas Recente – as temperaturas caíram cerca de 10 ºC em um ano ou menos, com as temperaturas mais baixas durando cerca de 1.200 anos.

o resfriamento abrupto – o evento Dryas Recente – as temperaturas caíram cerca de 10 ºC em um ano ou menos, com as temperaturas mais baixas durando cerca de 1.200 anos.

Muitos pesquisadores acreditam que não há cometa envolvido, e que foi o degelo glacial que causou o resfriamento do Oceano Atlântico, enfraquecendo significativamente as correntes que transportam água tropical quente para o norte.

Já a hipótese do Impacto Dryas Recente postula que a Terra passou por detritos de um cometa em desintegração, com inúmeros impactos e ondas de choque desestabilizando camadas de gelo e causando enormes inundações de água de degelo – e foram essas águas que interromperam as principais correntes oceânicas.

Para esclarecer a questão, há muito tempo os geólogos andam atrás de indícios dos detritos do cometa. E agora eles encontraram vários.

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Indícios do impacto de um grande cometa

Christopher Moore e colegas da Universidade da Carolina do Sul, nos EUA, analisaram a geoquímica de quatro núcleos do fundo do mar da Baía de Baffin, perto da Groenlândia.

a) Mapa do nordeste do Canadá e da Groenlândia mostrando a localização da Baía de Baffin e do núcleo 83029−052 (pequena caixa vermelha no painel a) e (b) localizações dos núcleos 2013029−064, 2013029−77 e 2008029−67 amostrados para este estudo (pequenas caixas vermelhas). O mapa foi criado usando o NCEI Bathymetric Data Viewer e é de domínio público. ( 
https://www.ncei.noaa.gov/maps/bathymetry/ ). https://doi.org/10.1371/journal.pone.0328347.g001

A datação por radiocarbono sugere que os núcleos incluem sedimentos depositados quando o evento Dryas Recente começou.

A análise detalhada, utilizando diferentes técnicas, revelou detritos metálicos cuja geoquímica é consistente com poeira cometária.

Esses detritos estão em partículas esféricas microscópicas, cuja composição indica uma origem predominantemente terrestre, com alguns materiais considerados extraterrestres – sugerindo que essas microesférulas podem ter-se formado quando fragmentos do cometa explodiram logo acima ou ao atingir o solo, fundindo juntos materiais terrestres e extraterrestres.

Microesférulas de impacto ricas em Fe e sílica (a e b) e partículas de poeira metálica – c e d foram interpretadas como poeira cometária. As setas amarelas mostram partículas de FeSi, FeS e FeCr nas microesférulas (a e b) e NiFe, Fe com baixo teor de O2 e Fe nativo nas partículas metálicas (c e d). Observe as bordas dobradas no painel d, indicativas de um impacto. [Imagem: Christopher R. Moore et al. – 10.1371/journal.pone.0328347]

A análise também revelou nanopartículas ainda menores, com altos níveis de platina, irídio, níquel e cobalto, que podem ser indícios de origem extraterrestre.

Diferentes amostras de microesférulas coletadas e analisadas em busca de indícios de um impacto de cometa. [Imagem: Christopher R. Moore et al. – 10.1371/journal.pone.0328347]

Mais pesquisas serão necessárias para confirmar se estes resultados são de fato evidências de impacto e para vincular firmemente esse impacto ao resfriamento climático.

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A Consequências dramáticas da pequena Era do Gelo para os humanos e toda a vida na Terra

O intenso período Glacial de entre de 1200 anos ocorrido há 12,9 mil anos atrás, o Younger Dryas, teve onsequências dramáticas para Sociedades e a Vida na Terra.

Enquanto na Terra acontecia uma tendência de aquecimento no final do Último Grande Período Glacial Wurm, teve início de forma abrupta, em poucas décadas, um novo período Glacial, denominado de Younger Dryas.

O Younger Dryas ocorreu primeiro em altas latitudes do hemisfério norte e depois se propagou para o sul, por meio de processos atmosféricos e oceânicos, alcançando também a Antártica.

O Younger Dryas foi um período Glacial intenso, com duração de cerca de 1200 anos. O último grande evento de Mudança Climática Abrupta global. Com duração entre 12,9 mil anos e 11,7 mil anos atrás.

O Younger Dryas ocorreu primeiro em altas latitudes do hemisfério norte e depois se propagou para o sul, por meio de processos atmosféricos e oceânicos, alcançando também a Antártica.

Grandes porções do Hemisfério Norte esfriaram, com climas mais secos, e grande parte do Hemisfério Sul registrou mais umidade durante o evento em um padrão de gangorra bipolar.

Enquanto as mudanças na precipitação foram mais variáveis ​​em latitudes mais altas, os subtrópicos e trópicos do Hemisfério Norte foram geralmente mais secos e os subtrópicos do Hemisfério Sul mais úmidos devido à migração para o sul da Zona de Convergência Intertropical.

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Várias hipóteses para ocorrência deste Glacial, queda de meteoros, cometa, processos atmosféricos e oceânicos.

Muitas das mudanças climáticas relacionadas ao Younger Dryas foram provavelmente uma resposta ao aumento da descarga de água doce para o Atlântico Norte e à consequente redução na força de revolvimento meridional do Atlântico. Reduzindo a circulação das correntes termohalinas no oceano.

Outra hipótese para esse Glacial abrupto é um possível evento de impacto de meteoro ou cometa, há 12.820 anos atrás.

O Younger Dryas ocorreu primeiro em altas latitudes do hemisfério norte e depois se propagou para o sul, por meio de processos atmosféricos e oceânicos, alcançando também a Antártica. NASA ‘Blue Marble next generation’ map, composite of satellite images from February 2004

Pesquisas têm apontado evidências da queda de cometa ou meteoro no inicio deste periodo.

Entretanto, fenômenos naturais já estavam ocorrendo antes, provocando a queda de temperatura abrupta no hemisfério norte. Se ocorreu algum impacto de meteoro, é possível que o feito tenha se somado as mudanças que ja ocorriam. Mais pesquisas serão necessárias para desvendar esses enigma.

Impacto do glacial Younger Dryas no desaparecimento de espécies animais e desafios para sociedades humanas

O desaparecimento da cultura norte-americana Clóvis coincide com o início abrupto do episódio de resfriamento glacial no final desse Glacial.

O povo de Clóvis da América do Norte passou a produzir menos ferramentas de pedra durante esse período, e uma queda semelhante na produção de ferramentas de pedra foi documentada nos povos de Robberg da África Austral.

Mudanças ecológicas locais e na disponibilidade de recursos alimentares associados a mudanças climáticas repentinas ocorreram, afetando a alimentação dos povos em diferentes partes do planeta.

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É Livre a reprodução de matérias mediante a citação do título do texto com link apontando para este texto. Crédito do site Nature & Space   

DESCOBERTA INDICA: COMETA CAUSOU ERA DO GELO HÁ 12 MIL ANOS

Bibliografia

Revista: PLoS ONE

Artigo: A 12,800-year-old layer with cometary dust, microspherules, and platinum anomaly recorded in multiple cores from Baffin Bay
Autores: Christopher R. Moore, Vladimir A. Tselmovich, Malcolm A. LeCompte, Allen West, Stephen J. Culver, David J. Mallinson, Mohammed Baalousha, James P. Kennett, William M. Napier, Michael Bizimis, Victor Adedeji, Seth R. Sutton, Gunther Kletetschka, Kurt A. Langworthy, Jesus P. Perez, Timothy Witwer, Marc D. Young, Mahbub Alam, Jordan Jeffreys, Richard C. Greenwood, James A. Malley
DOI: 10.1371/journal.pone.0328347

Inovação Tecnológica

Novos indícios de que impacto de cometa resfriou a Terra há 12.800 anos

Fontes para mais consultas

Fontes Evolution of temperature in the Post-Glacial period according to Greenland ice cores (Younger Dryas)

https://www.nature.com/articles/srep44983

https://www.pnas.org/doi/10.1073/pnas.2007869117

https://www.nature.com/articles/ngeo439

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9780444536433000297

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