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Atualizado 28 de maio de 2025 por Sergio A. Loiola

O novo tipo de bateria usa nano partículas de chumbo aliada a células de hidrogênio sobre um tecido flexível, o que a torna 20 vezes mais leve que uma pilha de chumbo convencional. Mais segura e sustentável, ela pode funcionar em aviões sem congelar ou explodir.

A nova bateria foi totalmente desenvolvido no Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Ipen, em São Paulo.

Vinte vezes mais leve, a nova bateria poderá ser usada também em aviões, em que o peso era um fator limitante para baterias convencionais.

Alem disso, a alta resistência a temperaturas extremas sem congelar ou explodir das novas baterias são necessárias na aviação.

Laboratório do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio, onde o protótipo de bateria foi desenvolvido e testado – Foto: Ivan Conterno. IPEN

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Bateria de chumbo reinventada usa nanopartículas do elemento

As baterias tradicionais precisam de água, são pesadas, além de poder congelar nas baixas temperaturas das grandes altitudes. Inviáveis para a aviação.

De olhos nesses desafios, pesquisadores do IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e da USP criaram uma nova tecnologia para baterias à base de chumbo que viabiliza o armazenamento de energia em um dispositivo mais leve e sem os riscos de explosão ou congelamento.

rotótipo da bateria flexível, na qual a parte transparente é uma membrana de troca de prótons que substitui o meio líquido de uma bateria convencional e a parte escura são as nanopartículas de chumbo que constituem os eletrodos, positivo de um lado e negativo do outro. Ao fundo, a doutoranda Victória Amatheus Maia – Foto: Ivan Conterno

Melhor que bateria de lítio

A nova bateria combina duas novidades da engenharia:

Em vez de grandes cápsulas rígidas, o novo sistema se apresenta como uma fita flexível capaz de armazenar mais energia em um espaço muito menor.

Isso é possível porque a área de contato do eletrodo, o chumbo partido em milhões de pedacinhos, é muito maior do que a de uma barra sólida do metal.

Embora o chumbo venha sendo abandonado nos últimos anos, ele é um material muito mais seguro (as baterias não explodem), fácil de ser reciclado e abundante do que o lítio, usado nas baterias de  celulares, computadores e carros modernos.

E, para funcionar como pilha – a célula unitária de uma bateria -, o lítio precisa do cobalto, cuja mineração causa um enorme impacto no meio ambiente.

Além disso, as baterias de lítio surgiram por serem mais leves do que as de chumbo, o que deixa de ser uma vantagem com a nova invenção brasileira.

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Bateria Hibrida seca e Célula a combustível unidas

As nanopartículas de chumbo têm 35 nanômetros de comprimento e 5 nanômetros de espessura, ou seja, são invisíveis a olho nu.

Elas são depositadas sobre uma camada de carbono, sustentadas por uma membrana plástica compacta, formando uma célula a combustível PEM (proton-exchange membrane).

As partículas positivas (prótons de hidrogênio) caminham do polo negativo para o positivo através dessa membrana.

O eletrodo de chumbo passa a ter uma área de contorno da superfície maior quando está dividido. É nessa área exposta que ocorrem as trocas de prótons. Por isso, esse fracionamento do chumbo aumenta a capacidade de armazenamento de energia da bateria como um todo.

Se fossem barras, somente a parte de fora seria aproveitada. Também, por ser feito de pedacinhos muito pequenos, o eletrodo pode ser dobrado e adaptado a qualquer superfície, tornando a bateria flexível e moldável.

A pesquisa representa um salto de qualidade em nível mundial: Nos últimos dez anos, os únicos avanços envolvendo as baterias de chumbo tinham sido aditivos para diminuir o acúmulo de crostas nos eletrodos convencionais.

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Fonte

Nature & Space

CRIADA BATERIA 20 VEZES MAIS LEVE, FLEXIVEL E RESISTENTE A TEMPERATURAS EXTREMAS

Jornal da USP

Brasileiros criam bateria elétrica leve, flexível e sustentável

Site Inovação Tecnologica

Brasileiros criam bateria leve, flexível e com vantagens sobre as de lítio

Artigo: Innovative lead-carbon battery utilizing electrode-electrolyte assembly inspired by PEM-FC architecture
Autores: Rodrigo F.B. de Souza, Gabriel A. Silvestrin, Felipe G. Da Conceição, Victoria A. Maia, Larissa Otubo, Almir O. Neto, Edson P. Soares
Revista: Journal of Energy Storage
Vol.: 86, Part B, 111418
DOI: 10.1016/j.est.2024.111418

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