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Atualizado 30 de junho de 2025 por Sergio A. Loiola

Sinais anômalos estranhos detectados no gelo da Antártida desafiam as leis da física. Não são neutrinos. Podem ser particulas, ou algum tipo de interação desconhecida no gelo. Cientistas seguem investigando os sinais misteriosos.

Há vários anos, um detector de partículas cósmicas na Antártida observou uma série de sinais de rádio incomuns, de acordo com um grupo de pesquisa internacional que inclui cientistas da Universidade Estadual da Pensilvânia.

À esquerda o observatório Anita, usado neste experimeto. À direita, o PUEO (sigla em inglês para Carga Útil para Observações de Energia Ultra-Alta), a nova geração de instrumentos de detecção transportados por balão. [Imagem: PUEO Team/Abby Vieregg]

Quando a equipe do Anita (sigla em inglês para “Antena Transiente Impulsiva Antártica”) começou a fazer suas medições, eles esperavam tudo menos isso:

Uma nova pesquisa Publicada na Revista Physical Review Letters fornece contexto adicional aos resultados de quase uma década atrás. 

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O objetico da pesquisa era detectar raios cósmicos, mas estranhamente detectou sinais misteriosos vindo abaixo do horizonte

O objetivo do experimento ANITA era obter informações sobre eventos cósmicos distantes por meio da análise de sinais que chegam à Terra.

Em vez de refletir no gelo, os sinais — uma forma de ondas de rádio — pareciam vir de abaixo do horizonte, uma orientação que não poderia ser explicada pela compreensão atual da física de partículas e pode ter sugerido novos tipos de partículas ou interações até então desconhecidas pela ciência, afirmou a equipe na época.

Evento restante após o procedimento de seleção e busca. O painel superior mostra os pixels acionados da câmera, o mais antigo em roxo e o último em vermelho. O gráfico inferior mostra o perfil reconstruído que foi ajustado com a reconstrução GF no modo ascendente. A evolução temporal do sinal através de um pixel é dividida em intervalos de 50 ns para fornecer informações de diferentes profundidades atmosféricas. Imagem do Artigo

Um novo estudo realizado pelo Observatório Pierre Auger, na Argentina, analisou 15 anos de dados cósmicos para tentar dar sentido a esses sinais.

A equipe de cientistas internacionais, incluindo pesquisadores da Penn State, publicou recentemente seus resultados na revista Physical Review Letters.

Ela explicou que, pelos cálculos deles, o sinal anômalo teria que passar e interagir com milhares de quilômetros de rocha antes de chegar ao detector, o que deveria ter deixado o sinal de rádio indetectável, pois teria sido absorvido pela rocha.

Stephanie Wissel e equipes de pesquisadores ao redor do mundo têm trabalhado para projetar e construir detectores especiais para capturar sinais sensíveis de neutrinos, mesmo em quantidades relativamente pequenas. Mesmo um pequeno sinal de um neutrino contém um tesouro de informações, portanto, todos os dados têm importância, disse ela.  Crédito:  Stephanie Wissel / Penn State  Creative Commons

Neutrinos, um tipo de partícula sem carga e com a menor massa entre todas as partículas subatômicas, são abundantes no universo.

Geralmente emitidos por fontes de alta energia como o Sol ou por grandes eventos cósmicos como supernovas ou até mesmo o Big Bang, há sinais de neutrinos por toda parte.

O problema com essas partículas, porém, é que elas são notoriamente difíceis de detectar, explicou Wissel.

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Não é neutrino. E nem nada que conheçamos

Neutrinos, um tipo de partícula sem carga elétrica e com a menor massa entre todas as partículas subatômicas conhecidas, são abundantes no Universo.

Geralmente emitidos por fontes de alta energia como o Sol ou por grandes eventos cósmicos como supernovas ou mesmo o Big Bang, há sinais de neutrinos em todos os lugares.

O problema com essas partículas, porém, é que elas são notoriamente difíceis de detectar.

O ANITA foi colocado na Antártida porque há pouca chance de interferência de outros sinais. Para capturar os sinais de emissão, o detector de rádio transportado pelo balão é enviado para sobrevoar trechos de gelo, capturando o que chamamos de chuvas de gelo.  Crédito:  Stephanie Wissel / Penn State . 
Creative Commons

Estabelecido que as partículas que causaram os sinais não são neutrinos, os pesquisadores então catalogaram o sinal como “anômalo”.

Na verdade, os sinais não se enquadram no panorama padrão da física de partículas e, embora várias teorias sugiram que possa ser um indício de matéria escura, a falta de observações subsequentes com o IceCube e o Auger limita essa possibilidade.

As equipes trabalham em projetos de balões há mais de uma década, explicou Wissel, acrescentando que sua equipe está atualmente trabalhando no projeto e na construção do próximo grande detector.

O novo detector, chamado PUEO, será maior e mais eficiente na detecção de sinais de neutrinos, disse Wissel, e espera-se que esclareça o que exatamente é o sinal anômalo.

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É Livre a reprodução de matérias mediante a citação do título do texto com link apontando para este texto. Crédito do site Nature & Space   

DESAFIA LEIS: SINAL NA ANTARTICA PODE SER NOVA PARTÍCULA

Revista: Physical Review Letters

Artigo: Search for the Anomalous Events Detected by ANITA Using the Pierre Auger Observatory
Autores: A. Abdul Halim, P. Abreu, M. Aglietta, I. Allekotte, K. Almeida Cheminant, A. Almela, R. Aloisio, J. Alvarez-Muñiz, J. Ammerman Yebra, Pierre Auger Collaboration
Revista: Physical Review Letters
Vol.: 134, 121003
DOI: 10.1103/PhysRevLett.134.121003

UNIVERSITY PARK, Pa, EUA

Strange radio pulses detected coming from ice in Antarctica

Inovação Tecnologica

Sinais captados do gelo da Antártida podem ser partículas desconhecidas

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