O grupo de pesquisa Liderado pela pesquisadora servia Natasa Todorovic, junto com Di Wu, Aaron J. Rosengren afirma ter descoberto uma rede de “Rodovias Gravitacionais” que permitiria viajar a partes remotas do sistema solar a uma velocidade sem precedentes. O estudo foi publicado na Revista Science Advances.
Rotas gravitacionais Equivalem a auto estradas
Em termos simples, as super-rodovias espaciais são criadas pela interação gravitacional entre os planetas e demais objetos do Sistema Solar. Elas não podem ser vistas, mas se manifestam na forma de arcos que interagem entre si.

Basta que uma Nave Espacial, ou até cometas e asteroides, entre numa dessas “autoestradas” de alta velocidade para que ele vá para o interior ou para o exterior do Sistema Solar em um prazo muitíssimo mais curto do que seria previsível pelo cálculo tradicional das órbitas e suas ressonâncias.
E a melhor notícia parece ser que, se essas super-rodovias forem realmente confirmadas e puderem ser precisamente calculadas, elas poderão ser usadas para enviar espaçonaves aos confins do nosso sistema em prazos muito mais curtos, além de ajudar a monitorar objetos próximos à Terra que tenham risco de colidir com nosso planeta.
Natasha Todorovic e seus colegas do Observatório Astronômico de Belgrado e da Universidade do Arizona chamaram esta via que eles acabam de descobrir de “Rodovia celestial”.
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Como funciona esses “Arcos de variedades espaciais”
Segundo a análise dos três pesquisadores, as super-rodovias celestes têm estruturas dinâmicas que formam uma série de arcos conectados dentro do que é conhecido como “variedades espaciais”, que se estendem do Cinturão de Asteroides, passam por Urano e continuam além.

Mapas FLI de curto prazo da região entre a borda externa do cinturão principal de asteróides a 3 UA e um pouco além do semieixo maior de Urano a 20 UA, para todas as excentricidades elípticas, adotando um modelo dinâmico em ORBIT9 que contém os sete planetas principais (de Vênus a Netuno) como perturbadores (acima) ou Júpiter como o único perturbador (abaixo). As órbitas localizadas em variedades estáveis aparecem com uma cor mais clara, enquanto as regiões mais escuras correspondem a trajetórias fora delas. Três conjuntos de curvas de limite dinâmicas são sobrepostos no mapa no painel inferior correspondente ao periélio (q
j) e afélio (Q j) linhas de Júpiter (finas, verdes), o contorno de Júpiter Tisserand parâmetro T j = 3 que dicotomiza asteróides e cometas (grossos, amarelos) e as variedades estáveis de L 1 ( W L 1 s) e L 2 ( WL2s) (pontilhado, branco). O mapa mostra mais de 2 milhões de valores iniciais de (a, e), onde a inclinação inicial i, o argumento do periélio ω e a longitude do nó ascendente Ω são iguais aos de Júpiter na época inicial de 30 de setembro de 2012 (tabela S1). A anomalia média inicial dos TPs é definida como 60° à frente de Júpiter em sua órbita para refletir o L “grego”4 configuração. a, semi-eixo maior; e, excentricidade.
[Imagem: Natasa Todorovic et al. – 10.1126/sciadv.abd1313]
As variedades espaciais, que podem ser estáveis ou instáveis, são bem conhecidas e usadas não apenas para a navegação espacial, como também para explicar as órbitas dos corpos celestes, mas ninguém conhecia até hoje essas “costuras” alinhavando as diversas variedades.
As estruturas de arco mais notáveis e significativas parecem estar ligadas a Júpiter e às fortes forças gravitacionais que o planeta gigante exerce.
As estruturas foram decifradas quando os pesquisadores reuniram dados numéricos sobre milhões de órbitas de asteroides e cometas e calcularam como essas órbitas se encaixam nas variedades espaciais já conhecidas.
“As órbitas dessas variedades encontram Júpiter em escalas de tempo rápidas, onde podem ser transformadas em trajetórias colisionais ou de escape, alcançando a distância de Netuno em apenas uma década.
Todos os planetas geram variedades semelhantes que permeiam o Sistema Solar, permitindo o transporte rápido por toda parte, uma verdadeira autoestrada celestial,” escreveu a equipe.
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A grande rodovia de Júpiter
O maior número de rodovias detectadas pelos pesquisadores foi encontrado na área para onde influem as forças gravitacionais de Júpiter, o maior planeta do sistema solar.

[Imagem: Natasa Todorovic et al. – 10.1126/sciadv.abd1313]
Coletores de Júpiter poderia ser a explicação para o comportamento de cometas e asteroides que tendem a pairar em torno do planeta antes de filmar fora de órbita.
“É incrível como os coletores que emanam de Júpiter podem penetrar no sistema solar”, escreve Rosengren no Live Science.
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O próximo passo será descobrir como usar as “Rodovias Gravitacionais” para Naves Espaciais
Após anunciar seus resultados, a equipe afirma que irá se debruçar novamente sobre os dados para determinar como eles poderiam ser usados por naves espaciais, ou como tais variedades se comportam nas proximidades da Terra, controlando os encontros de asteroides e cometas, bem como a crescente população de objetos artificiais feitos pelo homem no sistema Terra-Lua.
Entender como essa rede de rodovias funciona, incluindo aquelas próximas à Terra, pode ser a chave para usá-las como rotas rápidas para viagens espaciais que podem ir mais longe em menos tempo.
Além disso, explicam os autores do estudo, pode ser útil monitorar a trajetória de objetos que podem colidir com nosso planeta, bem como monitorar o número crescente de satélites artificiais que flutuam entre a Terra e a Lua.
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INCRÍVEIS ROTAS GRAVITACIONAIS NO SISTEMA SOLAR PODE ACELERAR VIAGENS ESPACIAIS
Fonte
Revista: Science Advances
Artigo: The Arches of Chaos in the Solar System
Autores: Natasa Todorovic, Di Wu, Aaron J. Rosengren
Vol.: 6, no. 48, eabd1313
DOI: 10.1126/sciadv.abd1313