Atualizado 11 de setembro de 2025 por Sergio A. Loiola
A NASA anunciou que o robô Perseverance, que explora e estuda a geologia de Marte desde 2021, encontrou uma rocha contendo uma “possível bioassinatura”, uma eventual indicação de vida microbiana antiga.
A descoberta foi publicada na Revista Nature.

Uma bioassinatura é um sinal mais significativo de vida, mas uma “possível bioassinatura” é uma substância ou estrutura que pode ter uma origem biológica.
Os dados requerem estudos adicionais antes que se possa chegar a uma conclusão definitiva sobre a ausência ou presença de vida.
Ceremos a seguir a aventura desta descoberta pelo Veiculo Robô Perseverance, agora em Marte.
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A amostra foi coletada pelo rover no que se acredita ser o leito seco de um antigo rio na Cratera de Jezero, onde o Perseverança pousou.

O rover Perseverance explorou e coletou amostras de rochas ígneas e sedimentares dentro da Cratera Jezero para caracterizar os primeiros processos geológicos marcianos e a habitabilidade e procurar por potenciais bioassinaturas.
A parte estudada, retirada de uma rocha chamada “Cachoeira Cheyava” no ano passado, foi batizada de “Canal de Safira”, e é nela que foram encontradas as potenciais bioassinaturas.
Os instrumentos científicos do rover revelaram que as rochas sedimentares da formação são compostas de argila e silte, que, na Terra, são excelentes preservadores de vida microbiana passada.
Elas também são ricas em carbono orgânico, enxofre, ferro oxidado (ferrugem) e fósforo. Mas não há algo como “fósseis de micróbios” na rocha.
“Isto é o mais perto que chegamos de descobrir vida em Marte,” disse Sean Duffy, da NASA.
A Equipe ressalta que somente uma análise da amostra de núcleo coletada desta unidade, utilizando instrumentação de alta sensibilidade na Terra, permitirá as medições necessárias para determinar a origem dos minerais, compostos orgânicos e texturas que ela contém.
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Ao analisar a rocha Cachoeira Cheyava, que mede 1 metro por 60 centímetros, os instrumentos mostraram o que pareciam ser manchas coloridas.
Essas manchas na rocha poderiam ter sido deixadas por vida microbiana, caso esta tivesse utilizado os ingredientes brutos da rocha, como carbono orgânico, enxofre e fósforo, como fonte de energia.

Novas imagens de alta resolução mostraram um padrão distinto de minerais dispostos em frentes de reação (pontos de contato onde ocorrem reações químicas e físicas) que a equipe chamou de manchas de leopardo.
As manchas contêm a assinatura de dois minerais ricos em ferro: Vivianita (fosfato de ferro hidratado) e greigita (sulfeto de ferro).
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A vivianita é frequentemente encontrada na Terra em sedimentos, turfeiras e ao redor de matéria orgânica em decomposição.
Da mesma forma, certas formas de vida microbiana na Terra podem produzir greigita.
A combinação desses minerais, que parecem ter-se formado por reações de transferência de elétrons entre o sedimento e a matéria orgânica, é uma possível impressão digital para a vida microbiana, que usaria essas reações para produzir energia para seu crescimento.

Contudo, esses minerais também podem ser gerados abioticamente, ou seja, sem a presença de vida.
Portanto, existem maneiras de produzi-los sem reações biológicas, incluindo altas temperaturas sustentadas, condições ácidas e ligação por compostos orgânicos (à base de carbono).
O que a equipe de cientistas da NASA pondera é que as rochas da região não apresentam sinais de que tenham passado por altas temperaturas ou condições ácidas.
O contexto geológico e a petrografia indicam que essas reações ocorreram em baixas temperaturas.
Mas também não se sabe se os compostos à base de carbono presentes seriam capazes de catalisar reações de manutenção da vida em baixas temperaturas.
Até o momento, não foi encontrado nenhum sinal da hipotética vida microbiana que poderia ter-se alimentado dos compostos presentes na rocha analisada.
Ou seja, descobrimos “comida de micróbios marcianos“, mas não os próprios micróbios marcianos.
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NASA: ROVER PERSEVERANCE ENCONTROU BIOASSINATURA EM MARTE
Bibliografia
Revista Nature
Redox-driven mineral and organic associations in Jezero Crater, Mars
Inovação Tecnológica