Nature & SpaceNature & Space

Atualizado 18 de junho de 2025 por Sergio A. Loiola

Feridas crônicas continuam a causar problemas tanto para pacientes idosos quanto diabéticos; no entanto, usando estimulação elétrica, uma nova pesquisa promete acelerar o processo de cicatrização em até três vezes

Pesquisadores da Universidade de Tecnologia Chalmers, na Suécia, e da Universidade de Freiburg, na Alemanha, têm colaborado em um projeto para ajudar aqueles que sofrem de feridas crônicas a se curarem mais rápido do que nunca e, assim, anular a possibilidade de amputação em casos graves.

Imagem: © Science Brush | Hassan A. Tahini

Normalmente, um pequeno ferimento não leva a complicações sérias; no entanto, para aqueles com diabetes, lesões na coluna ou má circulação sanguínea, um pequeno ferimento significa um risco maior de infecção e feridas crônicas – o que a longo prazo pode levar a consequências muito mais sérias, como amputação.

Maria Asplund, Professora Associada de Bioeletrônica na Chalmers University of Technology e chefe de pesquisa do projeto, explicou que “Feridas crônicas são um enorme problema social sobre o qual não ouvimos muito.

Nossa descoberta de um método que pode curar feridas até três vezes mais rápido pode ser um divisor de águas para diabéticos e idosos, entre outros, que frequentemente sofrem muito com feridas que não cicatrizam.”

Nature & SpaceNature & Space

LEIA MAIS

PROTEÍNA VEGETAL AUMENTA EXPECTATIVA DE VIDA EM ADULTOS

PROTEÍNA VEGETAL E ANIMAL TÊM EFEITO IDÊNTICO NOS MUSCULOS

Promovendo uma cicatrização mais rápida de feridas através da orientação elétrica das células

Pesquisas anteriores indicaram o potencial da estimulação elétrica para curar pele danificada. De acordo com a equipe, eles examinaram uma hipótese anterior que alegava que as células da pele são eletrotáticas, o que significa que elas “migram direcionalmente” quando expostas a um campo elétrico.

Essa hipótese implica que se um campo elétrico for colocado em uma placa de Petri com células da pele, as células param de se mover aleatoriamente e começam a se mover na mesma direção

A equipe de pesquisadores investigou como esse princípio poderia ser usado para guiar eletricamente as células para fazer com que as feridas cicatrizassem mais rapidamente.

Usando pele artificial e um pequeno chip projetado, os pesquisadores conseguiram comparar as taxas de cura de feridas. Estimulando uma ferida com eletricidade e deixando a outra sem, as diferenças entre as duas se tornaram óbvias.

 O ensaio de cicatrização de feridas bioeletrônicas de queratinócitos saudáveis ​​demonstra fechamento mais rápido da ferida com estimulação. (a) Imagens de lapso de tempo durante estimulação DC de 12 h para controle não estimulado (preto, painel esquerdo), EF unidirecional (laranja, painel do meio) e EF pseudoconvergente (verde, painel direito). (b) Gráficos do fechamento da ferida ao longo do tempo, onde a área da ferida é normalizada para a primeira imagem (  n = 3 para todas as condições). Abaixo dos gráficos estão os quimógrafos correspondentes da região de interesse da ferida (ROI). Cada ROI tem sete fatias de linha na direção x através da ferida e essas sete linhas são calculadas e empilhadas para cada ponto de tempo no quimógrafo (a imagem tirada a cada 10 min por 12 h de estimulação produz 72 linhas de pixels médios). A escala de cores do quimógrafo corresponde à intensidade da imagem de contraste de fase. (c) Rastreamento de células de uma subpopulação de células de ambas as bordas da ferida. A direção do caminho da célula é determinada observando a localização 
xy em cada quadro e calculando o cosseno do ângulo de deslocamento. Um valor de −1 mostra migração direcionada para a esquerda, +1 mostra migração para a direita e 0 mostraria migração não direcionada. (d) Perfis de exemplo de potencial versus tempo para ambas as configurações de eletrodo. Observe que, para o caso convergente, um ânodo extra é conectado (comparado ao caso unidirecional) e um relé alterna o ânodo a cada 30 minutos para empurrar células de ambos os lados da ferida, bem como recarregar passivamente o ânodo desconectado com íons do meio. FIGURA DO ARTIGO

LEIA MAIS:

TESTE REDUZIU IDADE BIOLÓGICA 15 ANOS AO RETIRAR 3 ALIMENTOS

EXAME DE SANGUE PREVÊ ALZHEIMER COM 30 ANOS DE ANTECEDÊNCIA

Medicina personalizada e tratamento individual

Com uma nova bolsa, os pesquisadores da Chalmers têm a capacidade de continuar suas pesquisas e, eventualmente, desenvolver produtos individualizados para cicatrização de feridas para aqueles que precisam.

Com um campo elétrico baixo (200 mV/mm), a equipe mostrou que a cicatrização de feridas na pele artificial estimulada com corrente elétrica foi três vezes mais rápida do que na pele que cicatrizou naturalmente e não teve impacto negativo nas células.

Cicatrização de feridas crônicas e o potencial para tratamentos de diabetes

Outro foco da equipe de pesquisa foi o potencial de desenvolvimento de tratamentos para diabetes.

Atualmente, um em cada 11 adultos tem algum tipo de diabetes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Federação Internacional de Diabetes, então não faltam pessoas necessitadas.

“Além disso, mostramos que a estimulação eficaz do fechamento da ferida depende de um ambiente cuidadosamente controlado, dosagem e direcionalidade do campo elétrico.”

Política de Uso 

A reprodução de matérias é livre mediante a citação do título do texto com link apontando para este texto. Crédito do site Nature & Space 

CURA DE FERIDAS CRÔNICAS TRÊS VEZES MAIS RÁPIDO COM USO DE ELETRICIDADE

Fontes

Open Access

Revista  Lab on a Chip 

https://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2023/LC/D2LC01045C

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here