Cientistas descobriram uma maneira de transportar eletricidade pelo ar aberto com um nível de precisão impressionante: As faíscas elétricas podem tanto seguir por uma linha perfeitamente reta, quanto serem guiadas por trajetos predeterminados, usando o som.
A Pesquisa foi elaborada por Josu Irisarri e colegas das universidades de Navarra, na Espanha, e Helsinque, na Finlândia. O Artigo Electric plasma guided with ultrasonic fields foi publicado na prestigiada Revista cientifica Science Advances.
A equipe afirma que sua tecnologia permite criar “fios elétricos invisíveis”.
Os fios na verdade são caminhos para a eletricidade traçados no ar – o fio será invisível, mas a fagulha elétrica será bem visível.

Eletricidade guiada, ou controladas, podem ter mil e uma utilidades, por exemplo na soldagem, na eliminação de germes, na alimentação de componentes eletrônicos, dentro dos motores a combustão, para ignição do combustível, e até mesmo na geração de estímulos táteis em interfaces, próteses e robótica.
Apesar da novidade com uso de som para guiar eletricidade no ar, as ideias de guiar eletricidade no ar foi inicialmente pensado pelo Engenheiro e Inventor Científico sérvio Nikola Tesla. Tesla realizou vastos experimentos em seus laboratórios ao longo da vida, desde a década de 1890. há mais de cem anos.
Até o final de sua vida Nikola Tesla continuou desenvolvendo tecnologias para alimentar dispositivos elétricos a distancia sem fios, com transmissão de eletricidade pelo ar.
Controle da propagação das faíscas elétricas
O nível de controle da faísca elétrica é tão grande que permite até mesmo guiar cada faísca em torno de obstáculos, ou fazê-la atingir pontos específicos, mesmo em materiais não condutores.

O segredo dessa mágica que certamente faria Nikola Tesla arregalar os olhos, está em ondas ultrassônicas.
O controle é possível porque as faíscas aquecem o ar, que se expande e, por decorrência, sofre uma diminuição da sua densidade.
As ondas ultrassônicas são então usadas para guiar o ar quente. O ar quente, mais leve, flui para regiões onde a intensidade do som é maior. As próximas faíscas então seguem essas regiões de ar mais leve por causa de sua menor tensão de ruptura.
“O controle preciso das faíscas permite sua utilização em uma ampla variedade de aplicações, como ciências atmosféricas, procedimentos biológicos e alimentação seletiva de circuitos,” comentou o professor Ari Salmi.

Uso do ultrassom é mais Seguro e promissor do que lasers
Até agora, faíscas elétricas só podiam ser guiadas com descargas induzidas por laser, comumente chamadas de eletrolasers, que exigem o uso de lasers de alta potência, inadequados para muitas aplicações, além de uma temporização precisa entre o laser e a descarga elétrica.
O novo método usa ultrassom em vez de lasers, o que o torna seguro até mesmo para os olhos e a pele. O equipamento é compacto e de baixo custo, muito parecido com os utilizados para levitação acústica, e pode ser operado continuamente.
“Estou animado com a possibilidade de usar faíscas muito fracas para criar estímulos táteis controlados na mão, talvez criando o primeiro sistema Braille sem contato,” disse Irisarri.
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Sonho de Nikola Tesla: Experimento Guiou Eletricidade no Ar Usando Som
Fonte
Revista Science Advances
Electric plasma guided with ultrasonic fields foi publicado na prestigiada
Autores: Josu Irisarri, Iñigo Ezcurdia, Naroa Iriarte, Marika Sirkka, Dmitry Nikolaev, Joni Mäkinen, Alexander Martinez-Marchese, Denys Iablonskyi, Ari Salmi, Asier Marzo
Revista: Science Advances
Vol.: 11, Issue 6
DOI: 10.1126/sciadv.adp0686
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