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Atualizado 11 de dezembro de 2025 por Sergio A. Loiola

Pesquisadores brasileiros desenvolveram um Reator de hidrogênio verde de alto rendimento que usa apenas luz solar, água e materiais acessíveis. Despertando atenção da comunidade.

A pesquisa foi publicada na Revista ACS Energy Letters.

Foto do protótipo em teste em condições reais. [Imagem: Ingrid Rodríguez-Gutiérrez et al. – 10.1021/acsenergylett.5c02340]

O sistema é capaz de produzir hidrogênio verde, sem emitir carbono, usando apenas luz solar, água e materiais amplamente disponíveis no Brasil.

A seguir veremos como funciona o novo dispositivo gerador de hidrogênio verde, e a contribuição que pode dar para a geração de energia limpa no Brasil e no mundo. Em texto, imagens e videos.

Onde o hidrogênio verde poderá ser usado, quais os benefícios de seu uso? Qual o potencial de produção de hidrogênio do Brasil? Deixe seu comentário no final!

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Vídeo 1: HIDROGÊNIO VERDE: A energia SECRETA que vai mudar o MUNDO

Vídeo 2: Conheça a placa que produz HIDROGÊNIO VERDE

Vídeo 3: Como o hidrogênio verde se transforma em energia elétrica

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O dispositivo “Fotoeletrolisador” gera hidrogênio sem emitir carbono, usando apenas luz solar, água e materiais acessíveis

O hidrogênio é um combustível limpo e ambientalmente correto porque, ao ser consumido, mesmo que por combustão, devolve apenas água ao ambiente.

O maior problema é que hoje o gás é produzido pela reforma do metano, de origem fóssil, de forte efeito estufa e usando um processo intensivo em energia.

Fotografia ampliada de dois reatores montados. [Imagem: Ingrid Rodríguez-Gutiérrez et al. – 10.1021/acsenergylett.5c02340]

Um caminho para fugir dessa pegada consiste sobretudo no chamado hidrogênio solar, que tire o metano da equação e use apenas energia renovável.

Ingrid Gutiérrez e colegas do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), reunindo pesquisadores de onze universidades brasileiras, está apostando em um equipamento chamado fotoeletrolisador, formado por eletrodos negativos e positivos que absorvem a luz e produzem cargas elétricas, de modo muito parecido com as células solares.

Quando chegam à superfície do material, essas cargas propiciam reações de oxidação e redução na molécula da água, gerando oxigênio e hidrogênio.

Esquema e foto de um protótipo. [Imagem: Ingrid Rodríguez-Gutiérrez et al. – 10.1021/acsenergylett.5c02340]

Ainda não existem fotoeletrolisadores disponíveis comercialmente, mas eles representam uma rota potencial para a produção de hidrogênio verde porque são muito vantajosos.

O fotoânodo é um dos dois eletrodos de um fotoeletrolisador, responsável por absorver a luz solar e utilizar diretamente a sua energia para promover uma série de reações eletroquímicas que, no final, resultam no desprendimento do hidrogênio da molécula de água.

Foi justamente aqui que a equipe brasileira inovou.

O pesquisadores desenvolveram um sistema capaz de produzir hidrogênio sem emitir carbono, usando apenas luz solar, água e materiais amplamente disponíveis no Brasil, foi desenvolvido por pesquisadores do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE).

O protótipo do equipamento, denominado fotoeletrolisador, foi testado com sucesso, tanto em laboratório quanto ao ar livre.

O CINE é um Centro de Pesquisa Aplicada (CPA) constituído pela FAPESP e pela Shell em 2018. É sediado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com a participação de outras oito instituições brasileiras.

Vídeo 1: HIDROGÊNIO VERDE: A energia SECRETA que vai mudar o MUNDO.

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O pesquisadores superaram o principal desafio, e construíram um fotoânodo de hematita eficiente, estável e escalonável

Apesar de promissores, a produção em escala de fotoânodos eficientes e estáveis, usando materiais abundantes e de baixo custo, desafia a comunidade científica há décadas.

Esquema e foto de um protótipo. Na bancada de teste em laboratório [Imagem: Ingrid Rodríguez-Gutiérrez et al. – 10.1021/acsenergylett.5c02340]

A hematita é um óxido de ferro abundante na natureza, considerado muito promissor para a fotoeletrólise, principalmente porque não se degrada em contato com a água.

Na pesquisa, os cientistas conseguiram aumentar a eficiência do material sem diminuir sua estabilidade por meio da adição de pequenas quantidades de óxidos de alumínio e zircônio, que são materiais disponíveis no Brasil.

Preocupados com a escalabilidade dos processos, os pesquisadores desenvolveram um método de produção dos fotoânodos que pode ser levado à escala industrial.

Com ele, a equipe produziu cem fotoânodos, todos com as mesmas propriedades.

Usando esses eletrodos, os autores montaram um sistema modular: dez fotoânodos formam um fotoeletrolisador, e dez desses equipamentos operando em conjunto podem formar um módulo de um metro quadrado.

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Testes em laboratório e com protótipos ao ar livre, os fotoeletrolisadores mantiveram eficiência e robustez

Nos testes realizados em laboratório com um simulador de luz solar, o sistema funcionou de forma estável durante 120 horas.

Além disso, um protótipo formado por dois fotoeletrolisadores foi testado ao ar livre e manteve a mesma eficiência verificada no laboratório, além de demonstrar robustez.

O desenvolvimento e os testes da pesquisa foram realizados no CNPEM por um grupo de seis pesquisadores.

Curvas de cronoamperometria de reatores PEC modulares sob iluminação externa. [Imagem: Ingrid Rodríguez-Gutiérrez et al. – 10.1021/acsenergylett.5c02340]

A equipe contou com a colaboração do professor Renato Gonçalves, do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), para construir o simulador de luz solar de grande área que foi usado nos testes laboratoriais.

Atualmente, os autores estão trabalhando no desenvolvimento do outro eletrodo do fotoeletrolisador, o cátodo. A ideia é que esse dispositivo também use apenas a luz do Sol como fonte de energia.

Aumentar a escala da produção dos equipamentos está dentro dos planos dos autores do trabalho, o que exige investimentos significativos em infraestrutura e segurança para fazer os testes necessários (foto: CINE/divulgação)

De acordo com o cientista, o sistema seria ideal para uso em indústrias que precisam de hidrogênio verde em pontos específicos, injetando diretamente o gás nos processos industriais.

Por ser modular, a tecnologia permitiria adaptar facilmente tamanho e capacidade do fotoeletrolisador às necessidades da indústria.

Aumentar ainda mais a escala da produção dos equipamentos está dentro dos planos dos autores do trabalho, mas isso exige investimentos significativos em infraestrutura e segurança para fazer os testes necessários.

A pesquisa também contou com financiamento da FAPESP por meio do Centro de Pesquisa em Engenharia Molecular para Materiais Avançados (CEMol) .

Vídeo 3: Como o hidrogênio verde se transforma em energia elétrica

Bibliografia

ACS Energy Letters

Artigo: Photoelectrode Fabrication and Modular PEC Reactor Integration for Stable Solar Hydrogen Production
Autores: Ingrid Rodríguez-Gutiérrez, Lizandra R. P. Peregrino, Gabriel H. Morais, Francine Coa, Diego Stéfani, Teodoro Martinez, Renato V. Gonçalves, Flavio L. Souza
Vol.: 10/Issue 10
DOI: 10.1021/acsenergylett.5c02340

Agência Fapesp

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Reator de Hidrogênio Verde Criado no Brasil Usa Luz Solar, Água e Materiais Acessíveis

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