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Em descoberta surpreendente cientistas demosntram que fitas à base de nióbio quando fabricadas com apenas alguns átomos de espessura superam em muito a condutividade elétrica do cobre em mais de 6 vezes.

Sabemos que em condições normais a condutividade elétrica do cobre é de 5,96 x 107 S/m (Siemens por metro), enquanto a do nióbio é quase 10 vezes menor, de 6,7 x 106 S/m.

Mas, reforçando o saber de que as coisas não funcionam exatamente como se espera quando chegamos na escala atômica, cientistas descobriram agora que fitas à base de nióbio, quando fabricadas com apenas alguns átomos de espessura, superam em muito a condutividade elétrica do cobre.

Esses filmes finos, feitos de fosfeto de nióbio (NbP), são os primeiros exemplos de materiais não cristalinos a se tornarem melhores condutores à medida que se tornam mais finos.

Até agora, os melhores condutores a superar o cobre nas escalas da nanoeletrônica tinham apenas estruturas cristalinas exatas, o que significa que são necessárias temperaturas muito altas para sintetizá-los.

E este é um detalhe importante:

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Isso permitirá seu uso para a interligação dos circuitos integrados e demais componentes eletrônicos nas placas de circuito impresso, tornando os eletrônicos do futuro mais potentes e energeticamente mais eficientes. Com aplicação imediata em todos os ramos da microeletronica. E futuramente dispositivos elétricos em geral.

Um protótipo de chip construído pela equipe usando os fios ultrafinos de fosfeto de nióbio. [Imagem: Asir Khan/Eric Pop]

O fosfeto de nióbio é um Semimetal topológico, o que explica a maior condutividade em nano escala

O fosfeto de nióbio é o que os pesquisadores chamam de semimetal topológico. Isso significa que o material pode conduzir eletricidade, mas suas superfícies externas são mais condutivas do que seu material interno.

Assim, quanto mais fina for fabricada a película de fosfeto de nióbio, menor se tornará seu material interno – mas suas superfícies permanecem as mesmas.

Isso permite que suas superfícies externas, mais condutivas, contribuam mais para as correntes elétricas e resultem em um material com melhor condutividade.

Em comparação, metais condutores tradicionais, como o cobre, não são topológicos, o que faz com que se tornem piores condutores de eletricidade conforme vão ficando mais finos.

O efeito é maior de 50 nanômetros para baixo. A 1,5 nanômetro, a condutividade elétrica do fosfeto de nióbio é seis vezes maior que a do cobre.

Resistividade elétrica de pilhas de Cu/Nb e NbP/Nb. Resistividade à temperatura ambiente vs. espessura das heteroestruturas de Cu/(4 nm Nb) antes (quadrados) e depois (círculos) da subtração da contribuição de condução da camada semente de Nb. Ao contrário das heteroestruturas de NbP/(4 nm Nb) e das camadas de NbP (após a subtração), a resistividade aumenta com a diminuição da espessura total tanto para as heteroestruturas de Cu/(4 nm Nb) quanto para as camadas de Cu (usando o mesmo esquema de subtração). A resistividade da camada de Cu (após a subtração), bem como a tendência da resistividade vs. espessura, estão de acordo com a literatura relatada (48). Observamos também que, nas heteroestruturas de Cu/Nb, o valor similar ao volume quase
recupera a resistividade do volume do Cu (poucos μΩ⋅cm). Ambos os tipos de filmes são revestidos in situ com a mesma camada de SiNx (~3 nm), conforme descrito em Materiais e Métodos. Fonte: Do artigo

Uma nova classe de condutores

Os pesquisadores descobriram que o fosfeto de nióbio se tornou um condutor melhor do que o cobre em espessuras de filme abaixo de 5 nanômetros, mesmo operando à temperatura ambiente.

Nesse tamanho, os fios de cobre têm dificuldade para acompanhar sinais elétricos de alta velocidade e perdem muito mais energia com o calor.

Nanofio com alguns átomos de espessura de fosfeto de nióbio não cristalino. Quanto mais fino, melhor condutor ele se torna. [Imagem: Il-Kwon Oh/Asir Khan]

Muitos pesquisadores têm trabalhado para encontrar melhores condutores para a eletrônica em nanoescala, mas até agora os melhores candidatos apresentaram estruturas cristalinas extremamente precisas, que precisam ser formadas em temperaturas altíssimas.

Os filmes de fosfeto de nióbio produzidos por Khan e seus colegas são os primeiros exemplos de materiais não cristalinos que se tornam melhores condutores à medida que se tornam mais finos.

Como os filmes de fosfeto de nióbio não precisam ser monocristais, eles podem ser criados em temperaturas mais baixas.

Os pesquisadores depositaram os filmes a 400 graus Celsius, uma temperatura baixa o suficiente para evitar danos ou destruição dos chips de silício existentes nos computadores.

“Se você precisa criar fios cristalinos perfeitos, isso não vai funcionar para a nanoeletrônica”, disse Yuri Suzuki, Professor Stanley G. Wojcicki na Escola de Humanidades e Ciências, professor de física aplicada e coautor do artigo. “Mas se você puder torná-los amorfos ou ligeiramente desordenados e eles ainda apresentarem as propriedades necessárias, isso abre portas para potenciais aplicações no mundo real.”

Desenvolvimento futuro

Embora os filmes de fosfeto de nióbio sejam um começo promissor, Pop e seus colegas não esperam que eles substituam repentinamente o cobre em todos os chips de computador – o cobre ainda é um melhor condutor em filmes e fios mais espessos.

Mas o fosfeto de nióbio pode ser usado para conexões muito finas, abrindo caminho para a pesquisa de condutores feitos de outros semimetais topológicos.

Os pesquisadores já estão pesquisando materiais semelhantes para ver se eles podem melhorar o desempenho do fosfeto de nióbio.

Pop e sua equipe também estão trabalhando para transformar seus filmes de fosfeto de nióbio em fios estreitos para testes adicionais. Eles querem determinar o quão confiável e eficaz o material pode ser em aplicações reais.

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É Livre a reprodução de matérias mediante a citação do título do texto com link apontando para este texto. Crédito do site Nature & Space 

NANO FIOS DE NIÓBIO CONDUZ 6 VEZES MAIS DO QUE COBRE 

Bibliografia

Artigo: Surface conduction and reduced electrical resistivity in ultrathin noncrystalline NbP semimetal
Autores: Asir Intisar Khan, Akash Ramdas, Emily Lindgren, Hyun-Mi Kim, Byoungjun Won, Xiangjin Wu, Krishna Saraswat, Ching-Tzu Chen, Yuri Suzuki, Felipe H. da Jornada, Il-Kwon Oh, Eric Pop
Revista: Science
Vol.: 387, Issue 6729 pp. 62-67
DOI: 10.1126/science.adq7096

Eureka Alert

A new ultrathin conductor for nanoelectronics

Site Inovação Tecnolgia

Fio ultrafino de nióbio conduz eletricidade seis vezes melhor que cobre

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