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Uma equipe internacional com a participação de pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), fez simulações computacionais e sugeriu a existência de um planeta 9.

A Equipe usou um modelo do Sistema Solar contendo um nono planeta, e então rodou o programa para monitorar a evolução da nossa vizinhança espacial ao longo de um período equivalente a bilhões de anos.

O artigo foi publicado na Revista Revista: Icarus

Previsões sobre o Planeta Nove. [Imagem: Jornal da Unesp]

Os astrônomos já garantem que o Planeta 9 é uma certeza matemática, mas ele só será declarado uma descoberta quando pudermos fazer imagens dele.

Por enquanto, os estudos avançam no sentido de detectar os efeitos gravitacionais que o ainda hipotético planeta exerce sobre corpos celestes que já conseguimos observar.

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Existência do Planeta Nove afetaria a formação de duas áreas do Sistema Solar

E os resultados confirmaram que a existência do Planeta Nove afetaria a formação de duas áreas do Sistema Solar onde estão grandes “depósitos” de cometas: a área expandida do Cinturão de Kuiper e a Nuvem de Oort – a simulação resulta nessas áreas como elas existem hoje.

Resultados da simulação bateram com dados observacionais, tanto dos “reservatórios” de cometas, quanto de 4 cometas conhecidos. [Imagem: Unesp]

Hipótese do Planeta 9

A hipótese da existência do Planeta 9 ganhou força há pouco mais de uma década, quando os telescópios avançaram o suficiente para permitir a descoberta de seis objetos transnetunianos, então classificados como os mais distantes já registrados no Sistema Solar.

A análise das órbitas destes corpos identificou um alinhamento singular, com todas parecendo apontar para uma mesma direção, como se sofressem os efeitos gravitacionais de um corpo celeste maior.

Foi quando os astrônomos Konstantin Batygin e Michael Brow fizeram os primeiros cálculos a indicar uma provável órbita do Planeta 9.

Os seis objetos transnetunianos forneceram um indício importante, mas não o suficiente para que tenhamos um ponto para onde apontar os telescópios.

Seis objetos distantes no Sistema Solar com órbitas exclusivamente além de Netuno (magenta) todos se alinham em uma única direção e se inclinam quase identicamente para longe do plano do Sistema Solar. A elipse laranja indica a órbita hipotética do Planeta Nove necessária para manter essa configuração. (Caltech/R. Hurt/IPAC)

Devido ao seu imenso distanciamento do Sol, a luz que chega à superfície do planeta e é refletida deve ter uma intensidade mínima, ou seja, o planeta é muito escuro do nosso ponto de vista.

Além disso, sua órbita é extremamente longa, calculando-se algo em torno de 10 mil anos para que ele complete uma volta em torno do Sol.

Tudo somado, o resultado é que, a menos que sejam encontradas novas informações quanto à região em que ele possa ser encontrado num dado momento, os pesquisadores ficam limitados a buscar o objeto “às cegas”, sem uma indicação precisa para onde apontar os telescópios.

Para melhorar os dados, a equipe agora se voltou para outro grupo de corpos celestes, os cometas. No Sistema Solar existem duas fontes principais de cometas:

1- O Cinturão de Kuiper – e sua região expandida

2- A Nuvem de Oort.

Esta última está localizada a distâncias que variam entre 1.000 e mais de 20.000 uas – uma unidade astronômica corresponde à distância entre a Terra e o Sol.

O raciocínio é que, se o planeta influencia por meio da interação gravitacional a órbita dos objetos transnetunianos, deve ser possível observar também algum efeito sobre os cometas que se formaram e saem daquela região do espaço.

Foi o que a simulação mostrou, resultando em uma configuração do Sistema Solar semelhante à que conhecemos hoje, incluindo as posições do Cinturão de Kuiper e da Nuvem de Oort, e com os cometas apresentando as mesmas órbitas que podemos observar atualmente.

Cometas fundamentam existência do Planeta Nove

A simulação também resultou no surgimento de uma segunda nuvem, na região expandida do Cinturão de Kuiper, alinhada com a órbita do planeta.

Essa nuvem funcionaria como um reservatório adicional de cometas, influenciando diretamente a produção e a distribuição dessas órbitas, mas sua existência também carece de confirmação observacional.

Representação artística do hipotético Planeta 9, na borda do nosso Sistema Solar. A órbita de Netuno é mostrada como um anel brilhante ao redor do Sol. [Imagem: ESO/Tom Ruen/nagualdesign]

Finalmente, os pesquisadores calcularam as trajetórias dos cometas que surgiram a partir desses três reservatórios, em especial de um grupo de quatro cometas conhecidos e que também surgiram na simulação – eles medem mais de 10 km de diâmetro e levam menos de 20 anos para completar suas órbitas.

E a equipe conseguiu reunir evidências adicionais, relacionadas ao número de cometas.

Outro avanço proporcionado pela pesquisa foi uma clareza maior quanto às possíveis dimensões do hipotético Planeta 9. Até então, pesquisas apontavam para um astro de grandes proporções, com cerca de 15 massas terrestres.

Mas a simulação da equipe concluiu que o Planeta 9 deve ter metade disso, cerca de 7,5 massas terrestres, menor do que Urano, que tem pouco mais de 14 vezes a massa terrestre.

O próximo passo será refinar ainda mais a simulação, focando nos chamados cometas de longo período, que levam centenas e até milhares de anos para completar uma volta em torno do Sol.

Política de Uso 

A reprodução de matérias é livre mediante a citação do título do texto com link apontando para este texto. Crédito do site Nature & Space  

NOVA SIMULAÇÃO REFORÇA INDÍCIOS DE PLANETA 9

Bibliografia

Artigo: Reassessing the origin and evolution of Ecliptic Comets in the Planet-9 Scenario
Autores: Rafael Ribeiro de Sousa, Andre Izidoro, Alessandro Morbidelli, David Nesvorny, Othon Cabo Winter
Revista: Icarus
Vol.: 433, 116472
DOI: 10.1016/j.icarus.2025.116472

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Simulação reforça indícios da existência do Planeta 9

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