Atualizado 31 de agosto de 2025 por Sergio A. Loiola
Os pinguins são aves marinhas que não voam. Do total de 18 espécies, o popular Pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) é o maior dos pinguins da natureza.
Essas aves têm a capacidade de resistir a temperaturas muito baixas e caminhar por quilômetros em superfícies geladas. Seu habitat natural é o gelado Continente da Antártica.

Foto de Paul Nicklen
O pinguim-imperador ficou famoso após o documentário “A Marcha dos Pinguins”, de 2005, que retrata a longa e árdua jornada anual dos pinguins-imperadores na Antártida para o acasalamento e reprodução.
Durante esta viagem, que acontece em condições de frio extremo, os pinguins deixam o oceano e caminham centenas de quilômetros até as suas áreas de reprodução.
Veremos algumas características desse magnifico ser dos mundos gelados.
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O ciclo de vida dos pinguins-imperadores
Os pinguins-imperadores são aves incríveis. Eles não só sobrevivem ao inverno antártico, como também se reproduzem nas piores condições climáticas da Terra.

O pinguim-imperador é a maior das 18 espécies de pinguins. Os adultos podem pesar até 40 kg no início da temporada de reprodução.
Historicamente, houve algumas espécies de pinguins ainda maiores que os pinguins-imperadores, pesando talvez 100 kg! Esses megapinguins foram extintos há várias dezenas de milhares de anos.
Alguns pinguins-imperadores vivem mais de 40 anos, mas a maioria não vive tanto na natureza. Seus parentes mais próximos são os pinguins-rei.
Durante a fase se acasalamento os pinguins iniciam a jornada no outono, pinguins adultos em idade reprodutiva deixam o mar e caminham em fila indiana em direção ao interior do continente para encontrar um parceiro e iniciar o período de reprodução.

Após a procriação bem-sucedida, a fêmea deposita o ovo.
O pinguim macho é responsável por chocá-lo, mantendo-o aquecido entre os pés e sob uma bolsa de pele, enquanto enfrenta temperaturas que podem chegar a -60°C.

A fêmea, que não se alimenta durante a procriação e o início da chocagem, empreende uma longa e árdua caminhada de volta ao oceano para encontrar alimento.
Quando o ovo finalmente eclode, os pais se revezam na difícil tarefa de alimentar o filhote recém-nascido, que não sobrevive mais do que 48 horas sem comida. A cada retorno da mãe ao ninho, o pai parte para o mar em busca de mais comida.
Este ciclo se repete até que o filhote esteja suficientemente forte para se juntar ao grupo e, por fim, a família se reúne novamente antes de se dispersar no oceano até o próximo outono.
Vídeo: COMO É A REPRODUÇÃO DOS PINGUINS-IMPERADORES?
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Distribuição geográfica e abundância
Os pinguins-imperadores se reproduzem em colônias espalhadas pelo continente antártico. O tamanho das colônias varia de algumas centenas a mais de 20.000 pares. A maioria das colônias está situada no gelo congelado entre ilhas ou icebergs encalhados.

Estado de conservação: quase ameaçado
Prevê-se que as populações de pinguins-imperadores sofrerão um declínio moderadamente rápido nas próximas 3 gerações devido aos efeitos das mudanças climáticas previstas.
Pesquisadores estão estudando a influência das mudanças climáticas nas populações e como futuras mudanças ambientais podem impactar a espécie.
Vídeo: A Marcha Dos Pinguins 2005 (O mais Belo Documentário sobre Pinguins)
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O pinguim-imperador alcança mais de 1 metro de altura
Com altura que varia entre 112 a 115 centímetros, e pesando de 22 a 40 quilos, essa é a espécie de pinguim viva mais alta e mais pesada do da natureza, segundo a Global Penguin Society (GPS), uma organização internacionalmente reconhecida pela conservação desses animais no mundo.

Os machos são ligeiramente maiores do que as fêmeas, mas ambos têm plumagem semelhante com a cabeça na cor preta, barriga branca, peito amarelo-claro e manchas amarelas brilhantes nas orelhas, detalha o GPS.
Ao nascer, o Aptenodytes forsteri não tem penas, somente uma pelagem cinza e pesa apenas 315 gramas.
As primeiras penas cinzas aparecem algumas semanas após o nascimento, explica o Animal Diversity Web (ADW), um banco de dados on-line de história natural da Universidade de Michigan (EUA).
Vídeo: A Reprodução do Pinguim-imperador
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Os pinguins-imperador vivem em um único lugar na Terra
Quando se fala de habitat, essas aves majestosas são exclusivas da Antártica, conta a ADW, uma região em que as temperaturas variam de -40°C a 0°C no inverno, com o vento frio deixando a sensação térmica de -60°C.

É a única espécie de pinguins que se reproduz no inverno antártico, quando pode viajar de 50 a 120 quilômetros sobre o gelo para chegar à sua colônia de reprodução, onde milhares desses animais se reúnem, diz o GPS.
Durante a época de reprodução, as colônias de pinguins se deslocam para as plataformas de gelo e, nesses locais, penhascos e icebergs oferecem proteção contra ventos cruzados.
Após o término da temporada de reprodução, eles passam a maior parte do tempo em áreas de gelo que estão sazonalmente cheias. Esses locais, próximos ao oceano aberto, permitem que os pinguins-imperador tenham acesso fácil a alimentos, completa o Animal Diversity Web.
São os pinguins-imperador macho que incubam os ovos
Os pinguins-imperador são animais ovíparos e têm um período de incubação que pode durar entre 33 e 62 dias, explica um artigo da National Geographic Espanha. Além disso, detalha o GPS, as fêmeas dessas aves põem um único ovo entre maio e junho, após haverem chegado à colônia entre março-abril de cada ano.

Um fato notável é que as fêmeas não incubam os ovos: quem faz isso são os machos. Os pinguins machos permanecem em pé por até 62 dias com o ovo dentro da bolsa de criação (uma espécie de “bolsa abdominal”) até os filhotes eclodirem do ovo. Durante esse período, as fêmeas vão ao mar para se alimentar.
Conforme mencionado pelo Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet), da Argentina, durante a ausência de suas companheiras, os machos ficam em jejum, o que pode fazer com que percam até metade de seu peso corporal.
Quando os filhotes nascem, entre o final de julho e o início de agosto, as fêmeas retornam e aliviam os machos, que vão para o mar aberto para se alimentar e recuperar a energia gasta durante o jejum, acrescenta o Conicet.
Macho e fêmea, então, se revezam na busca de alimentos e nos cuidados com o filhote, diz a Global Penguin Society.
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Adaptações especiais ao frio
Os imperadores possuem um excelente isolamento térmico na forma de várias camadas de penas semelhantes a escamas – são necessários ventos muito fortes (acima de 60 nós ou cerca de 110 quilômetros por hora) para arrepiá-los.

Em proporção ao seu tamanho total, possuem bicos e nadadeiras pequenos para conservar o calor.
Suas câmaras nasais também recuperam grande parte do calor normalmente perdido durante a expiração.
Os pinguins-imperadores possuem grandes reservas de gordura corporal, fonte de energia, e um nível relativamente baixo de atividade durante o inverno.
São criaturas muito sociais e um de seus mecanismos de sobrevivência é se amontoar para se manterem aquecidos. Esse instinto de amontoamento significa que eles não defendem nenhum território.

O pinguim-imperador é a única espécie de pinguim que não é territorial.
Os pinguins-imperadores têm a capacidade de “reciclar” o próprio calor corporal. As artérias e veias ficam próximas umas das outras, de modo que o sangue é pré-resfriado no caminho para as patas, asas e bico do pinguim e aquecido no caminho de volta ao coração.
Os pés dos imperadores são adaptados às condições de gelo. Assim como outros animais que vivem nas regiões polares, gorduras especiais em seus pés os impedem de congelar. Os imperadores têm garras fortes para agarrar o gelo.
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É Livre a reprodução de matérias mediante a citação do título do texto com link apontando para este texto. Crédito do site Nature & Space
O MAJESTOSO PINGUIM-IMPERADOR E O SEU REINADO NA ANTÁRTICA
Bibliografia
Australian Antarctic Program
National Geographic
Os 3 fatos sobre o pinguim-imperador, um dos mais populares do planeta