Nature & SpaceNature & Space

Atualizado 12 de novembro de 2025 por Sergio A. Loiola

Brasil prepara primeiro lançamento Comercial de um Foguete na Base de Alcântara. O lançamento marca a inserção do país no seleto grupo de lançadores comerciais de foguetes, satélites, missões espaciais e efetivamente na Economia Espacial.

A missão prevê o envio de oito cargas registradas, sendo cinco pequenos satélites e três experimentos tecnológicos desenvolvidos por empresas e instituições do Brasil, da Coreia do Sul e da Índia.

Os satélites e carga a ser lançada são majoritariamente desenvolvida no Brasil.

Plataforma de lançamento pelo Veiculo lançador sul-coreano HANBIT-Nano da Empresa Inno Space. Foto: AEB

O lançamento é uma parceria com a Coreia do Sul, feito pelo Veiculo lançador sul-coreano HANBIT-Nano a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (MA). Fazem parte da equipe, 47 servidores, 300 militares, num total de 400 profissionais.

O evento marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novos caminhos para geração de renda e investimento no segmento espacial comercial.

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Centro de Lançamento de Alcantara, Maranhão. Foto: FAB

Veremos a seguir como é o veículo lançador coreano, e os satélites desenvolvidos por brasil e India nesta parceria do Sul Global. Em texto, imagens e Vídeos.

O Brasil tem vocação para a Economia Espacial? Além das Telecomunicações, imageamento ambiental, defesa civil, clima, agricultura, transporte, saúde e educação quais outras áreas podem ser beneficiadas? Deixe seu comentário no final!

Vídeo 1: Base Alcântara lançará seu primeiro foguete comercial privado!

Vídeo 2: O Brasil está voltando ao radar dos lançamentos espaciais, em parceria com startup sul-coreana

Vídeo 3: Brasil Entra em Nova Era Espacial, Tecno Científica, Empresarial e da Economia Espacial

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Nova fase do Programa Espacial Brasileiro (PEB): oferta de serviços comerciais

A missão Spaceward 2025 marca a primeira operação comercial tanto da FAB quanto da empresa sul coreana Innospace.

Após cumprir todos os requisitos de segurança, padrões ambientais e de capacidade de missão, o HANBIT-Nano recebeu autorização de lançamento comercial da sul-coreana KASA (do inglês, Korea AeroSpace Administration).

No centro o Veiculo lançador sul-coreano HANBIT-Nano, nas laterais o novo veículo lançador brasileiro, e a base de lançamento de Alcantara, no Maranhão. Abaixo a equipe que atua no projeto Brasil Coreia do Sul. Fotos: AEB

Em maio de 2025, o veículo também obteve autorização da AEB, após atender a critérios de minimização de riscos, redução de detritos espaciais e comprovação de que não haverá comprometimento da segurança nacional, dos interesses da política externa brasileira ou de obrigações internacionais assumidas pelo Brasil.

Os satélites serão utilizados para coleta de dados climáticos e ambientais, desenvolvimento tecnológico e iniciativas educacionais. Os experimentos serão submetidos a testes e coleta de dados em ambiente espacial.

Equipe responsável pela Operação Spaceward. Créditos: Innospace/FAB

Além dessas cargas, o foguete transportará um item simbólico que representa o espírito pioneiro da nova era espacial.

Representando o Brasil, participam da operação:

  • – Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com dois pequenos satélites;
  • – A AEB, com dois pequenos satélites e uma unidade de Sistema de Navegação Inercial, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e um consórcio formado pelas empresas Concert Space, Horuseye Tech e Cron;
  • – A Castro Leite Consultoria (CLC), com uma unidade de Sistema de Navegação por Satélite (GNSS) e um Sistema de Navegação Inercial.
  • – Da Índia, participa a Grahaa Space, com um pequeno satélite.
Centro de Lançamento de Alcântara, Centro Administrativo. Maranhão. Foto: FAB

Para o Diretor do CLA, Centro de Lançamento de Alcântara, Coronel Aviador Clóvis Martins de Souza, o Centro de Lançamento está preparado para essa nova fase do Programa Espacial Brasileiro (PEB), com a oferta de serviços comerciais.

Hoje, iniciamos uma nova fase ao coordenar o lançamento inaugural do HANBIT-Nano, um foguete sul-coreano com carga majoritariamente brasileira. Esse marco demonstra nossa maturidade técnica, soberania operacional e capacidade de liderar operações complexas, atrair parcerias internacionais e impulsionar o desenvolvimento tecnológico do país”, destaca o Diretor.

Vídeo 1: Base Alcântara lançará seu primeiro foguete comercial privado!

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O lançador HANBIT-Nano é um foguete de dois estágios, com propulsão híbrida

dois estágios, com propulsão híbrida (sólido e líquido), 21,9 metros de comprimento, 1,4 metro de diâmetro e massa total de quase 20 toneladas.

Esquema de motor-foguete de propulsão híbrida. Imagem: Innospace

O veículo é capaz de transportar até 90 quilos de carga útil.

O veículo é capaz de lançar cargas em voo Orbital para uma órbita de até 500 quilômetros.

O foguete Hanbit-Nano. Foto: Innospace

O foguete tem um motor híbrido de 15 toneladas-força que usa oxigênio líquido como oxidante e um combustível à base de parafina, e como carga útil, dentro da carenagem ogival do nariz, carrega o sistema de controle inercial SISNAV, de fabricação brasileira.

Segundo a Força Aérea Brasileira, “… os custos com o foguete e sistema de lançamento, bem como a logística envolvida, foram custeados integralmente pela Innospace.”

O foguete montado na mesa modular de lançamento. Foto: Innospace

Já o valor investido no SISNAV (sistema de navegação inercia) “… é muito complexo [de se] mensurar uma vez que se confunde com o próprio desenvolvimento de parte importante do Programa Espacial Brasileiro.

Investimentos foram realizados, por exemplo, desde sua concepção ainda no Instituto de Estudos Avançados (IEAv), que concebeu os primeiros girômetros a fibra óptica nacionais.

O desenvolvimento incluiu a construção de laboratórios de aferição e testes dos sensores, além de demonstradores de conceito tecnológico com várias formas de processamento de sinal e diferentes arquiteturas de trabalho, além de ensaios em voo e em lançamentos suborbitais”.

Momento em que a carreta transportando o foguete segue para a área de lançamento. Foto: Innospace

Com este lançamento, a Innospace realizará a missão “Spaceward” utilizando o “Hanbit-Nano”, seu primeiro veículo de lançamento comercial desenvolvido internamente.

A missão colocará um satélite de um cliente em órbita terrestre baixa (LEO) a uma altitude de 300 km e uma inclinação de 40 graus, enquanto simultaneamente realiza uma missão de outro cliente com uma carga útil experimental.

A carga útil incluirá oito itens convencionais, sendo cinco pequenos satélites para inserção orbital e três dispositivos experimentais não separáveis, além de um modelo de marca própria.

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O sistema de navegação inercial, SISNAV, desenvolvido pelo Brasil e o Conceito ‘New Space’

O SISNAV (‘sistema de navegação inercial’) é um experimento tecnológico essencial para a navegação automática de foguetes, que permitirá ao Brasil ser independente no desenvolvimento de foguetes-portadores de tamanhos variados.

Plataforma SISNAV. sistemas de navegação inercial . Foto: AERB

O Projeto SISNAV faz parte do Sistema de Navegação e Controle (SISNAC), projetado para o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) da FAB, para a colocação de cargas de pequeno porte em órbita terrestre baixa e que acabou por fazer parte do chamado conceito “New Space”.

Os sistemas de navegação inercial são autônomos após a decolagem, não dependem da conectividade via satélite. Além disso, são resistentes a interferências e enganos de radar, pois são autossuficientes.

Equipados com unidades de medição inercial (IMUs) usam giroscópios e acelerômetros para detectar rotação e aceleração. Eles podem ser usados ​​em qualquer aplicação em que seja importante medir e compensar com precisão vibração e movimento.

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O Conceito ‘New Space’: Lançamento e operação de satélites e espaçonaves avançados, pequenos, construção simples com empresas privadas

“New Space” é o nome com que se convencionou chamar as iniciativas de lançamento e operação de satélites e espaçonaves usando tecnologias avançadas, com exploração de aparelhos de geralmente pequeno tamanho, simplicidade de construção e controle, e participação de empresas privadas controlando todo o processo de satelização de cargas, desde a construção do lançador até a colocação da nave em órbita.

Foguete em fase de montagem. Foto: Innospace

Apesar do nome, “New Space” é um conceito antigo, que tem suas raízes no primeiro foguete totalmente comercial do mundo, o Conestoga americano dos anos 1980.

Ao contrário de explorar satélites de grande tamanho e longa vida útil, os partidários do “New Space” alardeiam as vantagens de preço e acessibilidade de satélites menores, com vida útil limitada.

As empresas de grande porte, comprometidas em atividades de larga escala, porém, passam longe desta filosofia – seus satélites de comunicação e sensoriamento remoto ainda são dimensionados para longos periodos de atividade e para prover um volume grande de dados.

Para isto precisam de grandes recursos de eletricidade e de reservas de propelentes – para garantir vidas uteis de cerca de 15 anos, permitindo maior retorno financeiro frente os investimentos.

A miniaturização é concentrada nos eletrônicos e a economia de massa se concentra em materiais estruturais mais leves e mecanismos de extensão de apêndices com um mínimo de partes móveis.

Pequenas plataformas espaciais, mais leves e mecanismos de extensão de apêndices com um mínimo de partes móveis. Foto: Innospace

Para iniciativas modestas, como satélites de estudantes, pequenas plataformas espaciais para comercialização de imagens para uso em agricultura e ensaios técnicos, porém, essa abordagem simplista funciona bem.

Outro aspecto beneficiado pelo conceito é a padronização de tamanhos (os chamados “U”, de ‘unidade’ para os cubesats – satélite em forma de cubo de 10 x 10 cm), cujo tamanho universalmente aceito facilita a produção de cargas uteis a serem instaladas em seu interior, bem como facilita o projeto dos ‘dispensadores’ – os mecanismos responsaveis por ejetar o satélite no espaço.

Cubesats podem ser lançados solitariamente ou em grupos, frequentemente de carona em lançamentos de satélites maiores.

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UFSC desenvolveu alguns dos satélites do primeiro lançamento espacial comercial a partir do Brasil

O SpaceLab, Laboratório de Pesquisa em Sistemas Espaciais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), se prepara para colocar em órbita dois novos satélites que devem ser lançados até 28 de novembro a partir do Centro Espacial de Alcântara (CEA), no Maranhão.

O lançamento do FloripaSat-2A e FloripaSat-2B faz parte da missão Spaceward 2025, marcada para novembro e cuja data exata dependerá das condições meteorológicas e das verificações operacionais. 

Equipamentos passam por uma ampla gama de ensaios (Divulgação/SpaceLab)

Será a primeira vez que uma plataforma completa, projetada inteiramente pelo SpaceLab/UFSC, será testada em órbita.

A missão tem como objetivo principal a validação em órbita (IOV – In-Orbit Validation) de tecnologias desenvolvidas integralmente no próprio laboratório, consolidando a plataforma FloripaSat-2 como base para futuras missões científicas e acadêmicas.

Diferentemente dos primeiros projetos, os satélites são inteiramente nacionais, como a antena, que foi projetada e testada no SpaceLab.

Satélites passam por uma ampla gama de ensaios (Divulgação/SpaceLab)

Os equipamentos passaram por ampla campanha de ensaios dinâmicos, térmicos e ambientais, e serão validados em órbita, o que contribui para a autonomia tecnológica brasileira e a consolidação de uma plataforma aberta (open source) para futuras missões de baixo custo.

Será o primeiro teste em órbita dessa solução no Brasil, representando um avanço para o sistema de comunicações que será empregado em futuras constelações de satélites.

O período de operação previsto é de aproximadamente cinco semanas, com órbita média de 300 km de altitude. A missão tem caráter estratégico: além de validar sistemas embarcados desenvolvidos no país, contribuirá para fortalecer o ecossistema nacional de nanosatélites, que envolve universidades, empresas e agências espaciais.

A equipe do SpaceLab classifica este como “um momento de forte significado científico, institucional e simbólico, que reafirma o protagonismo da universidade pública brasileira na engenharia espacial e na inovação tecnológica”.

Para o professor, “ver estudantes participando disso, de forma direta, é a maior conquista de todas”.

Bibliografia

AEB – Agência Espacial Brasileira

Brasil se prepara para o primeiro lançamento comercial a partir do Centro de Lançamento de Alcântara

Inno Space – Empresa Coreana Espacial

O lançamento do Hanbit-Nano da Innospace está agendado para 22 de novembro às 15h (horário do Brasil).

UFSC

UFSC desenvolve satélites do primeiro lançamento espacial comercial a partir do Brasil

Homem do Espaço Brasil

Brasil prepara primeiro lançamento de teste do HANBIT em Alcântara

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Primeiro Foguete Comercial Põe Brasil em Clube Seleto no Mercado Espacial

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