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Atualizado 24 de agosto de 2025 por Sergio A. Loiola

Esquilos tem comportamento social curioso de cuidado com os filhotes seus e os filhotes órfãos de parentes. Embora pouco divulgado, esses animais encantadores estão presentes no Brasil com mais de 8 espécies.

Pesquisadores do Museu Emílio Goeldi e da USP identificaram mais éspecies de esquilos no Brasil e na América do Sul do se imagina. Animal é considerado um importante dispersor de sementes pelo hábito de enterrar as sementes para depois comê-las.

Vamos conhecer os hábitos curiosos desse ser pouco apresentado no Brasil, em imagens vídeos e texto.

Serelepe sempre cruza o caminho dos admiradores da natureza — Foto: Rudimar Narciso Cipriani

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Os Equilos, conhecido como serelepe, caxinguelê e quatipuru, tem um dia Internacional:  “Dia do Esquilo”, 21 de Janeiro

Roedores têm papel importante na mata, sendo dispersores de sementes; Brasil teve, recentemente, a descrição de novas espécies.

Esquilos ainda são pouco conhecidos, até mesmo pelos cientistas — Foto: Rudimar Narciso Cipriani/ Arte TG

O dia 21 de janeiro é lembrando internacionalmente como o “Dia do Esquilo”. Aqui no Brasil a data é um convite para apreciar esse morador tão especial das nossas matas.

Se você já viajou para alguns países da Europa ou da América do Norte com certeza se deparou com algum esquilo, até mesmo perto da cidade.

Vídeo: É VERDADE QUE ESQUILOS PODEM ADOTAR FILHOTES?

Aliás, esse número foi atualizado recentemente, quando seis novas espécies foram encontradas no continente sul-americano, sendo que três delas ocorrem no Brasil.

Os esquilos-arborícolas (Sciuridae, Sciurini), em particular as linhagens neotropicais altamente diversas, estão entre os ramos de diversificação mais rápida da árvore da vida dos mamíferos, mas também estão entre os menos conhecidos. 

Coleta de localidades de amostras que compõem linhagens neotropicais de Sciurini. Os mapas foram gerados usando o QGIS . Fonte: Artigo: https://bmcecolevol.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12862-020-01639-y

O estudo foi desenvolvido por um grupo de pesquisadores da USP (Universidade Estadual de São Paulo), e analisou dados genéticos dos animais.

Apesar da variedade de espécies, popularmente esses indivíduos são chamados de Serelepe, Saxinguelê e Quatipuru.

Na pesquisa, os cientístas utilizaram sequenciamento de alto rendimento e uma amostragem sem precedentes de espécimes de museu para fornecer a primeira filogenia abrangente de esquilos-arborícolas, com ênfase especial em táxons neotropicais.

Mapa circular do genoma mitocondrial de  Guerlinguetus brasiliensis representando a organização genética em esquilos-arborícolas. O círculo interno mostra o conteúdo de GC ao longo do mitogenoma. Fotografia de  G. brasiliensis por Pedro Peloso. Fonte: Artigo: https://bmcecolevol.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12862-020-01639-y

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O Serelepe (ou Caxinguelê), é habita o sudeste da Bahia até o Rio Grande do Sul.

De acordo com o biólogo, o serelepe (ou caxinguelê) é o nosso mais comum representante no Sudeste.

Serelepe é um esquilo habitante da nossa Mata Atlântica – Foto: Pexels/Reprodução/ND

É um animal ágil, com boa visão e audição. O roedor ocorre do sudeste da Bahia até o Rio Grande do Sul. Vive em árvores e se alimenta de frutos e sementes.

No período de reprodução, constrói o “ninho” em forquilhas, distante de dois a quatro metros do solo. Nascem de dois a três filhotes por gestação.

O serelepe mede 20 centímetros de comprimento, isso sem contar a cauda, longa e peluda, com mais 18 centímetros. O animal adulto chega a pesar 300 gramas.

Vídeo: Mamãe esquilo dando à luz

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Esquilos coletam muitas castanhas e econdem

O serelepe ou caxinguelê (Sciurus aestuans) é um roedor muito ágil que mede cerca de 30 centímetros com a cauda e pesa cerca de 100 a 300 gramas.

O caxinguelê, como a espécie Guerlinguetus brasiliensis é conhecida na Mata Atlântica, é um dos esquilos mais comuns no leste do Brasil. Mesmo assim, o roedor é dificilmente observado e pouco estudado pelos cientistas. Foto de Pedro Peloso. Fonte: https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2020/07/diversidade-esquilos-brasil-america-do-sul-roedores-dados-geneticos-dna

Seus dentes são fortes e estão sempre crescendo, uma adaptação para conseguir seu alimento, que está dentro dos coquinhos bem duros.

Seu alimento favorito são os coquinhos, do coqueiro-jerivá, tucum, palmito e do butiá, tendo o costume de esconder os coquinhos enterrando-os no chão, nas bromélias, saliências e ocos das árvores.

Como ele esquece de alguns, estes acabam germinando. Na floresta de araucária, ele se alimenta também de pinhões.

Video: Curiosidades sobre o Esquilo

Atinge maturidade sexual no primeiro ano de vida, e o período de gestação é de 28 a 45 dias, nascendo de 2 a 3 filhotes.

É uma espécie arborícola, mas desce das árvores para buscar alimento ou enterrar sementes. Tem hábito diurno, quase uma exceção entre os mamíferos da Mata Atlântica, já que a maioria apresenta hábitos noturnos.

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Esconderijos falsos para enganar predadores

Os esquilos escondem castanhas e outros alimentos para garantir o seu sustento durante os meses de inverno, quando a oferta natural é escassa

Esse comportamento, chamado de “caching”, é um instinto de sobrevivência que lhes permite armazenar comida em diversos locais para recuperação posterior. 

Em todo o planeta, são conhecidas mais de 300 espécies de esquilos. Algumas delas, entre as quais o esquilo-cinzento-do-méxico (Echinosciurus aureogaster), são comumente observados em áreas urbanas, como parques e quintais. Foto de Pedro Peloso. Foto: https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2020/07/diversidade-esquilos-brasil-america-do-sul-roedores-dados-geneticos-dna

Além de superar a escassez de alimentos, eles também podem criar esconderijos falsos para enganar outros esquilos que tentam roubar suas provisões. 

Motivos principais para esconder castanhas:

  • Garantia de alimento no inverno:O inverno é um período difícil para encontrar comida, e os esquilos enterram ou escondem os alimentos no outono para usá-los quando as fontes naturais são limitadas. 
  • Sobrevivência:É uma estratégia de sobrevivência fundamental, pois o esquilo precisa acumular comida suficiente para passar pelos meses frios. 
  • Defesa contra roubos:Os esquilos são ladrões de comida uns dos outros, por isso, criam esconderijos falsos ou locais de difícil acesso para proteger seus estoques de outros esquilos. 
  • Uso de memória e olfato:Os esquilos contam com sua memória espacial e olfato apurado para lembrar a localização de seus esconderijos, embora não se lembrem de todos eles. 

Curiosidades sobre o comportamento de “caching”:

  • Esconderijos falsos:Eles podem simular que estão enterrando uma noz para enganar observadores, apenas para levá-la para outro local mais secreto depois. 
  • Seleção de comida:Antes de esconder as nozes, eles podem selecionar os alimentos com maior conteúdo nutricional e menor probabilidade de apodrecer no subsolo. 
  • Benefício para a natureza:As sementes que os esquilos esquecem de resgatar podem germinar e dar origem a novas árvores, contribuindo para a regeneração das florestas

Política de Uso 

É Livre a reprodução de matérias mediante a citação do título do texto com link apontando para este texto. Crédito do site Nature & Space   

CURIOSOS ESQUILOS: CUIDAM DE FILHOTE ÓRFÃO, GUARDAM SEMENTE

Bibliografia

BMC Evolutionary Biology

Tree squirrel museomics: dense sampling of mitogenome taxa reveals hidden diversity, phenotypic convergence, and the need for taxonomic revision

National Geographic Brasil

Diversidade de esquilos sul-americanos é maior do que acreditávamos, revela novo estudo

G1

“Dia do Esquilo” é oportunidade para conhecer mais sobre as espécies

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