Um dos dados mais antigos do registro arqueológico que possivelmente falam sobre a consciência humana das estrelas e dos ‘céus’ datam da cultura aurignaciana da Europa, 34.000 atrás
(NASA). Esses calendários lunares foram feitos em pequenos pedaços de pedra, osso ou chifre para que pudessem ser facilmente transportados, pequenos, portáteis e leves, facilmente transportados em longas viagens de caça, pesca ou migrações sazonais.
Desde 40 mil anos atrás as sociedades já estavam sofisticadas, com ciência, artes, sistema de crenças e linguagem simbólica falada.
Os calendários lunares mais antigos e as primeiras constelações foram identificados na arte rupestre encontrada na França e na Alemanha. Os astrônomos- dessas últimas culturas do Paleolítico Superior compreendiam os conjuntos matemáticos e a interação entre o ciclo anual da lua, a eclíptica, o solstício e as mudanças sazonais na Terra.
Um dos primeiros calendários lunares?
Entre os dados mais antigos do registro arqueológico que falam sobre a consciência humana das estrelas e dos ‘céus’ está a cultura aurignaciana da Europa, c.34.000 atrás. Entre 1964 e o início dos anos 1990, Alexander Marshack publicou pesquisas inovadoras que documentaram o conhecimento matemático e astronômico nas culturas do Paleolítico Superior da Europa.

O Período Aurignaciano se refere a uma cultura material do Paleolítico Superior que se encontra na Europa e no sudoeste da Ásia. Estima-se que essa era tenha começado há 45.000 anos e durado 10.000 (o intervalo varia entre 37.000 a 27.000 anos na escala de datação de rádiocarbono não calibrado, e 47.000 e 41.000 anos utilizando a calibração mais recente da datação de radiocarbono). O nome do Período vem do sítio arquelógico de Aurignac, no departamento de Alta Garona, França.

Marshack decifrou conjuntos de marcas esculpidas em ossos de animais e, ocasionalmente, nas paredes de cavernas, como registros do ciclo lunar. Essas marcas são conjuntos de crescentes ou linhas.
Os artesãos controlavam cuidadosamente a espessura da linha para que uma correlação com as fases lunares fosse o mais fácil possível de perceber. Conjuntos de marcas eram frequentemente dispostos em um padrão serpentino que sugere uma divindade de cobra ou córregos e rios.
Muitos desses calendários lunares foram feitos em pequenos pedaços de pedra, osso ou chifre para que pudessem ser facilmente transportados. Esses calendários lunares pequenos, portáteis e leves eram facilmente transportados em viagens longas, como longas viagens de caça e migrações sazonais.
Caçar os animais maiores era árduo e poderia exigir que os caçadores seguissem manadas de cavalos, bisões, mamutes ou íbex por muitas semanas. (Outros grandes animais, como o auroque, o urso das cavernas e o leão das cavernas, eram bem conhecidos, mas raramente caçados para alimentação porque tinham um status especial no reino mítico. O auroque é muito importante para a busca das primeiras constelações.)
As fases da lua representadas nesses conjuntos de marcas são inexatas. A precisão era impossível, a menos que todas as noites estivessem perfeitamente claras, o que é uma expectativa irreal. A habilidade de contagem aritmética implícita nesses pequenos calendários lunares é óbvia. O reconhecimento de que existem fases da lua e estações do ano que podem ser contadas – que devem ser contadas porque são importantes – é profundo.

“Todas as atividades animais são fatoradas no tempo, simplesmente porque o tempo passa, o futuro está sempre chegando. A realidade da fatoração do tempo é física objetiva e não depende da percepção ou consciência humana. Até o trabalho de Marshack, muitos arqueólogos acreditavam que os conjuntos de marcas que ele escolheu para estudar não passavam de rabiscos sem objetivo de fabricantes de ferramentas entediados.
O que Marshack descobriu é a descoberta intuitiva de conjuntos matemáticos e a aplicação desses conjuntos para a construção de um calendário.”
O osso é o meio preferido porque permite fácil transporte e uma longa vida útil do calendário. A astronomia mais antiga da humanidade trouxe o clã para o universo multidimensional dos deuses. Os objetos usados nos rituais mais potentes tinham o maior valor contextual e cultural e eram tratados com grande reverência.
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ANTIGO CALENDÁRIO LUNAR GRAVADO EM OSSO DE 10 CM, HÁ 34 MIL ANOS
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