Atualizado 26 de novembro de 2025 por Sergio A. Loiola
Evidências de água subterrânea antiga sugere que Marte pode ter permanecido úmido e habitável por muito mais tempo do que se pensava, mesmo após a perda da atmosfera pelo vento solar.
A pesquisa foi publicada no Journal of Geophysical Research – Planets.

Veremos a seguir as fortes evidências de Marte ter permanecido habitável muito tempo após perder a atmosfera, e suas implicações para a busca de vida hoje. Em Texto, Imagens e vídeos.
Se Marte permaneceu com umidade no subsolo, poderia ter suportado vida? Onde investigar por vida microbiana em Marte? Deixe seu comentário no final!
Vídeo 1: O Que as Câmeras da NASA Capturam em Marte?
Vídeo 2: Como Marte PERDEU a sua atmosfera?
Vídeo 3: Como Marte Perdeu sua água, e onde pode estar a água remanescente
Vídeo 4: Marte Não Se Parece Com o Que Você Pensava, Principalmente a Cor
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Novas evidências indicam que a água já fluiu sob a superfície de Marte por mais tempo do que se pensava
Cientistas da Universidade de Nova York em Abu Dhabi (NYUAD) descobriram novas evidências de que a água já fluiu sob a superfície de Marte, revelando que o planeta pode ter permanecido habitável por muito mais tempo do que se pensava anteriormente.
O estudo mostra que antigas dunas de areia na Cratera Gale, uma região explorada pelo rover Curiosity da NASA, transformaram-se gradualmente em rocha após interagirem com água subterrânea há bilhões de anos.

Liderada por Dimitra Atri, Investigadora Principal do Laboratório de Exploração Espacial da NYUAD, com o assistente de pesquisa Vignesh Krishnamoorthy, a equipe de pesquisa comparou dados do rover Curiosity com formações rochosas no deserto dos Emirados Árabes Unidos que se formaram em condições semelhantes na Terra.
Descobriram que a água de uma montanha marciana próxima infiltrava-se nas dunas através de minúsculas fissuras, encharcando a areia por baixo e deixando para trás minerais como o gesso, o mesmo mineral encontrado nos desertos da Terra.
Esses minerais podem aprisionar e preservar vestígios de material orgânico, tornando-os alvos valiosos para futuras missões em busca de evidências de vida passada.

A descoberta oferece novas informações sobre como Marte evoluiu ao longo do tempo e destaca o potencial dos ambientes subterrâneos como locais promissores para a busca de sinais de vida antiga.
“Nossas descobertas mostram que Marte não passou simplesmente de úmido para seco”, disse Atri. “Mesmo depois que seus lagos e rios desapareceram, pequenas quantidades de água continuaram a se mover no subsolo, criando ambientes protegidos que poderiam ter sustentado vida microscópica.Dimitra Atri, Investigadora Principal do Laboratório de Exploração Espacial da NYU Abu Dhabi
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A questão “Por quanto tempo Marte permaneceu habitável?” começa a ser respondida
Existe um consenso científico de que a água já fluiu em Marte, que o planeta possuía uma atmosfera mais densa, o que significa que já foi habitável.
Infelizmente, há aproximadamente 4,2 a 3,7 bilhões de anos, os rios, lagos e o oceano global de Marte começaram a desaparecer à medida que o vento solar gradualmente destruía sua atmosfera.
Para os cientistas, a questão de quanto tempo Marte permaneceu habitável tem sido objeto de investigação contínua.

Enquanto alguns cientistas sustentam que Marte deixou de ser habitável há bilhões de anos, pesquisas recentes sugerem que o planeta experimentou períodos de habitabilidade que duraram eras.
Isso inclui descobertas recentes do rover Curiosity da NASA, que tem explorado a Cratera Gale em Marte para aprender mais sobre o passado do planeta.
De acordo com uma nova pesquisa de cientistas da Universidade de Nova York em Abu Dhabi (NYUAD), há evidências de que, bilhões de anos atrás, antigas dunas de areia dentro da cratera se transformaram gradualmente em rocha ao interagirem com água subterrânea.
Suas descobertas indicam que Marte pode ter sido habitável por muito mais tempo do que se pensava.

Para o estudo, a equipe examinou dunas na Formação Stimson (SF), um sistema de areia eólica e rochas sedimentares na Cratera Gale.
O rover Curiosity observou evidências dessas formações “litificadas” (ou seja, sedimentos que endureceram e se transformaram em pedra) nesse local em diversas ocasiões.
Dadas as condições predominantemente secas na Cratera Gale, essas formações provavelmente se formaram durante o Período Noachiano (aproximadamente de 4,1 a 3,7 bilhões de anos atrás), quando se acredita que ocorreram extensas inundações, incluindo rios que desaguavam na Cratera Gale.

A equipe acessou esses dados por meio do Curiosity Notebook do Mars Science Laboratory (MSL), que fornece acesso às informações coletadas pelos instrumentos do Curiosity.
Em seguida, compararam esses dados com estudos de campo de formações rochosas no ambiente desértico dos Emirados Árabes Unidos (EAU), que também são conhecidas por terem se formado na presença de água.
Eles determinaram que as formações rochosas eram produto de atividade aquosa em estágio final, ou seja, se formaram a partir da interação com a água subterrânea da montanha próxima.
Eles descobriram ainda que essa interação deixou para trás minerais como o gesso, um mineral sulfato macio composto de sulfato de cálcio di-hidratado (CaSO₄) que também é encontrado nos desertos da Terra.
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A Pesquisa indica os melhores locais promissores para missões futuras por busca de vida
Esta pesquisa recente corrobora descobertas semelhantes apresentadas por Krishnamoorthi e Atri no ano passado, na Décima Conferência Internacional sobre Marte, que ocorreu em julho de 2025 no Caltech, em Pasadena, Califórnia.
Nesse estudo, eles examinaram dados coletados nos Pedimentos de Greenheugh (GP), uma formação de dunas próxima com depósitos rochosos litificados semelhantes.

Em ambos os casos, os pesquisadores acreditam que essas dunas e seus sistemas de água subterrânea levaram à criação dessas formações curiosas, que podem ter implicações significativas na busca por vida passada (e presente) em Marte.
Na Terra, depósitos de arenito contêm algumas das evidências mais antigas de vida, incluindo comunidades de microrganismos que ligam sedimentos e causam a precipitação de minerais.
Com base nesses análogos terrestres, a equipe de Atri e Krishnamoorthi acredita que os depósitos litificados na Cratera Gale podem conter restos preservados de bactérias antigas.
Esta pesquisa recente não apenas fornece novas informações sobre como Marte evoluiu e se transformou no ambiente extremamente frio e seco que vemos lá hoje, como também sugere que esses locais seriam bons candidatos para futuras missões que continuarão a busca por vida em Marte.
Conforme os pesquisadores, o fluxo de água ao longo da discordância e a saturação dentro das dunas sugerem que a discordância pode ser uma zona potencialmente habitável em Marte.
Este estudo destaca a importância das dunas litificadas como alvos prioritários para a busca de vida em Marte. As interações da água com as dunas podem ser alvos importantes para a busca de vida em Marte.
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Vídeo 3: Como Marte Perdeu sua água, e onde pode estar a água remanescente
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Vídeo 4: Marte Não Se Parece Com o Que Você Pensava, Principalmente a Cor
Bibliografia
Journal of Geophysical Research – Planets.
doi.org/10.1029/2024JE008804
Nyuad Nyu
Universe Today
Ancient groundwater suggests that Mars may have been habitable for longer than previously thought.
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Pesquisa: Marte Permaneceu Úmido Por Muito Tempo Após Perder Atmosfera


















