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Apelidado de 2024 YR4, o asteroide foi avistado pela primeira vez em 27 de dezembro de 2024, pelo Observatório El Sauce, no Chile. Com base em seu brilho, os astrônomos estimam que ele tenha entre 40 – 90 m de largura.

Com um tamanho entre 40 e 90 m o asteroide 2024 YR4 tem potencial de risco de catástrofe para cidades, caso atingisse a Terra, mas o risco seria localizado, e não planetário.

Embora em fevereiro de 2025 a NASA elevou de 1% para 2,3% a chance desse Asteroide atingir a Terra, não há motivos para pânico.

É importante dizer aos leitores que apesar do risco, o asteroide 2024 YR4 é relativamente pequeno. Esta sendo monitorado com bastante antecedência por agências espaciais em todo o mundo acerca do risco, e medidas preventivas estudadas.

Órbita do asteroide 2024 YR4. Fonte : NASA

A Descoberta do Asteroide 2024 YR4 e o Alerta para a Comunidade

Na véspera de Ano Novo de 2025, o relatório da descoberta do asteroide YR4 chegou à mesa de Kelly Fast, oficial interina de Defesa Planetária da Agência Espacial norte-americana NASA, como objeto de preocupação.

Desde a descoberta a avaliação de risco aumentou e, em 29 de janeiro, a Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN), uma colaboração global de defesa planetária, emitiu um memorando.

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De acordo com os últimos cálculos do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, há 1,6% a 2,3 % de chance de o asteroide atingir a Terra em 22 de dezembro de 2032.

A rocha espacial de 40 a 90 metros de comprimento foi primeiro observada em 27 de dezembro, pelo telescópio Atlas (sigla em inglês para Sistema de Último Alerta de Impacto Terrestre de Asteroides), localizado em Rio Hurtado, no Chile. O Atlas faz parte de um programa da NASA para monitorar asteroides próximos à Terra (NEOs).

Ilustração: o asteroide, chamado 2024 YR4, tem entre 40 metros e 90 metros de diâmetro. SPL – NASAA

Por enquanto, ele está se afastando da Terra; sua próxima passagem próxima não ocorrerá antes de 2028.

As medições dos astrônomos indicam que o YR4 de 2024 se enquadra na categoria de “assassino de cidades”:

Locais mais propensos a receber o impacto

Se ocorrer um impacto, os possíveis locais de impacto incluem o leste do Oceano Pacífico, o norte da América do Sul, o Oceano Atlântico, a África, o Mar Arábico e o sul da Ásia, afirma o memorando da IAWN.

Contudo, segundo o Astrônomo Planetário Andrew Rivikin existe boas chances de que isso não só não atinja a Terra, mas que em algum momento nos próximos meses ou anos, ele se afaste da trajetória atual, e possa reduzir a zero a probabilidade de impacto.

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) afirmou que ele tem praticamente 99% de chance de passar com segurança pelo nosso planeta em 22 de dezembro de 2032, mas um possível impacto “ainda não pode ser totalmente descartado”.

A boa notícia, enfatizam os especialistas, é que temos bastante tempo para nos preparar. É isso que as Agencias Espaciais e Órgãos de Defesa Planetária estão fazendo, como veremos a seguir.

Agencias Espaciais e Órgãos de Defesa Planetária monitoram e avaliam Planos

Conforme Robert Massey, da Royal Astronomical Society, em situações como essa Precisamos estar atentos e oferecer aos astrônomos os recursos necessários para rastrear esses tipos de ameaças, para que possamos agir o mais rápido possível. Sem alarde de pânico.

Considerando uma rota de colisão, seria muito mais provável que o YR4 caísse no oceano ou em uma parte remota do planeta. Agora ele está muito longe da Terra, e há muitas incertezas neste estágio para determinar onde poderia ocorrer um possível impacto.

Desde o início de janeiro, os astrônomos têm usado telescópios para calcular com mais precisão o tamanho e a trajetória do asteroide. O YR4 está agora classificado como nível 3 de 10 na Escala de Turim de risco de colisão: “um encontro próximo que merece a atenção dos astrônomos e do público”.

Uma colisão só é certa quando atinge nível 8, 9 ou 10, com os números aumentando de acordo com os danos que provavelmente serão causados.

Medições e Dificuldade de rastreamento durante o afastamento do Asteroide

Qualquer objeto que tenha mais de 50 metros de diâmetro e mais de 1% de chance de atingir a Terra aciona um conjunto de medidas de precaução. Essas medidas visam garantir que a ameaça, por menor que seja, seja monitorada de perto e, se necessário, sejam tomadas medidas para eliminá-la.

Ilustração: a Nasa lançou uma espaçonave para atingir um asteroide — propositalmente — e desviar sua trajetória. Fonte: NASA

A primeira etapa é acionar dois grupos de reação a asteroides endossados pela ONU: a Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN, na sigla em inglês), presidida pela Nasa, a agência espacial americana; e o Grupo Consultivo de Planejamento de Missões Espaciais (SMPAG, na sigla em inglês), presidido pela Agência Espacial Europeia.

O SMPAG está fazendo uma série de reuniões nesta semana para determinar suas próximas etapas. Ele já concluiu que é muito cedo para tomar medidas imediatas, mas informou que “vai monitorar de perto a evolução da ameaça de impacto, e o possível conhecimento sobre o tamanho”.

Outra reunião para tomar decisões sobre atividades futuras acontece no fim de abril ou no início de maio, ou até mesmo antes, “se a evolução da ameaça assim exigir”.

No caso improvável de o YR4 estar vindo em nossa direção, uma opção seria desviá-lo atingindo-o com uma espaçonave robótica, como foi testado com sucesso com a missão Dart, da Nasa, em 2022. Ela mudou o curso de um asteroide que não estava em rota de colisão com a Terra.

Atualmente, o YR4 está se afastando da Terra quase em linha reta, o que dificulta determinar com precisão sua órbita precisa antes de retornar em direção à Terra.

Nos próximos meses, o asteroide vai começar a desaparecer de vista e, depois disso, vai ser monitorado por telescópios terrestres e espaciais.

Agências estudam Planos de Ações Pró-Ativas

O Astrônomo Andrew Rivkin liderou a investigação para a missão DART 2022 da NASA, que desviou com sucesso um asteroide de seu curso usando uma espaçonave — uma estratégia conhecida como “impactador cinético”.

Missão DART da NASA. / Fonte: UA.

“Não vejo por que não funcionaria” novamente, ele disse. A questão maior é se as principais nações financiariam tal missão se seus próprios territórios não estivessem sob ameaça.

Em 26 de setembro de 2022, a espaçonave Double Asteroid Redirection Test (DART) da NASA colidiu intencionalmente com um pequeno asteroide, Dimorphos, em um primeiro teste de defesa planetária, caso precisemos dele.

O asteroide alvo do #DARTMission NÃO é uma ameaça para a Terra antes, durante ou depois do evento de impacto. A Missão foi um sucesso. Um pequeno dardo cinético arremessado contra o asteroide fez um grande efeito inesperado. Revelando que é possível desviar ou destruir asteroides com recursos simples.

Assista a simulação da Missão DART da NASA a um asteroide (Trailer oficial)

Existem outras ideias mais experimentais.

Lasers poderiam vaporizar parte do asteroide para criar um efeito de empuxo, empurrando-o para fora do curso. Um “trator gravitacional”, uma grande nave espacial que lentamente puxa o asteroide para longe usando sua própria força gravitacional, também foi teorizado.

Se tudo mais falhar, o longo tempo de aviso significa que as autoridades poderão evacuar a zona de impacto.

A China formou uma Equipe de Defesa Planetária para pensar Planos de ação

A Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria para Defesa Nacional da China está recrutando funcionários para cargos de “defesa planetária” em meio a preocupações com o asteroide 2024 YR4 que pode impactar a Terra em dezembro de 2032.

Asteroides são o material que sobrou da formação do nosso sistema solar e que não foi incorporado em planetas e luas

Em especial, a Agência chinesa está procurando graduados para monitorar e estudar asteroides e desenvolver métodos de alerta precoce.

A China começou a formar uma equipe de defesa planetária para combater a ameaça de asteroides próximos à Terra após a descoberta de um grande asteroide que pode impactar nosso planeta dentro de sete anos”, informou o jornal South China Morning Post.

Semanas após a descoberta do 2024 YR4, a Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria para a Defesa Nacional publicou um anúncio de três vagas para preencher “cargos de defesa planetária”.

Quão preocupados devemos ficar?

Quando se calcula inicialmente que os asteroides têm uma pequena chance de atingir a Terra, essa probabilidade de impacto geralmente cai para zero após observações adicionais.

Isso aconteceu em 2004, quando se calculou que um asteroide chamado Apophis tinha 2,7% de chance de atingir a Terra em 2029; observações posteriores descartaram um impacto.

De acordo com a ESA, “é possível que o asteroide 2024 YR4 desapareça de vista antes de podermos descartar totalmente qualquer chance de impacto em 2032. Neste caso, o asteroide provavelmente vai permanecer na lista de risco da ESA até que se torne observável novamente em 2028”.

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RISCO DE ASTEROIDE ATINGIR A TERRA EM 2032 ACIONA DEFESA PLANETÁRIA

Fonte

Agência Espacial Europeia – ESA

Agência Espacial Norte Americana – NASA

BBC

O asteroide monitorado de perto por agências espaciais por risco de colisão com a Terra

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