Atualizado 17 de dezembro de 2025 por Sergio A. Loiola
Rede de Pesquisa Internacional sugere uma sofisticada teoria em que o planeta que colidiu com a Terra e originou a Lua era vizinho, do Sistema Solar interior.
A pesquisa foi publicada na Revista Science.
© MPS / Mark A. Garlick
A nova Teoria sugere que Theia, que deu origem à Lua, colidiu com a Terra há 4,5 bilhões de anos, e teria origem no Sistema Solar interno.
Theia e a Terra eram vizinhas!
Veremos a seguir como os cientistas chegaram a este resultado, e quais as implicações para compreender a formação do sistema solar. Em texto, imagens e vídeos.
Se a Terra e Theia eram vizinhos, Theia poderia teria química complexa da vida? Quais vestígios encontrar na Lua e na Terra para confirmar essa teoria? Deixe seu comentário no final!
Vídeo 1: Restos do Planeta Que Colidiu Com a Terra Podem Estar Escondidos no Manto
Vídeo 2: Como era Theia antes de colidir com a Terra?
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Cerca de 100 milhões de anos após a formação do Sistema Solar, um enorme corpo celeste chamado Theia colidiu com a jovem Terra
Há cerca de 4,5 bilhões de anos, ocorreu o evento mais importante da história do nosso planeta: um enorme corpo celeste chamado Theia colidiu com a jovem Terra.
O evento teria ocorrido não mais do que 100 milhões de anos após a formação do Sistema Solar. O enorme corpo celeste, do tamanho de Marte, colidiu com a jovem Terra, sendo destruído no choque.
Foto de Illustration by Hongping Deng Hangzhou Sphere Studio
Como a colisão se desenrolou e o que exatamente aconteceu depois ainda não foi completamente esclarecido.
O que se sabe com certeza, porém, é que o tamanho, a composição e a órbita da Terra mudaram como resultado – e que o impacto marcou o nascimento de nossa constante companheira no espaço, a Lua.
Que tipo de corpo celeste alterou tão drasticamente o curso do desenvolvimento do nosso planeta? Qual era o tamanho de Theia? Do que era feita? E de que parte do Sistema Solar ela veio em direção à Terra?
Encontrar respostas para essas perguntas é difícil. Afinal, Theia foi completamente destruída na colisão.
No entanto, vestígios dela ainda podem ser encontrados hoje, por exemplo, na composição da Terra e da Lua atuais.
No estudo atual, pesquisadores liderados pelo Instituto Max Planck de Pesquisa do Sistema Solar (MPS) e pela Universidade de Chicago usam essas informações para deduzir a possível “lista de ingredientes” de Theia – e, portanto, seu local de origem.
A composição de um corpo arquiva toda a sua história de formação, incluindo seu local de origem. Thorsten Kleine, diretor da MPS e coautor do novo estudo.
As proporções em que certos isótopos metálicos estão presentes em um corpo são particularmente reveladoras.
Isótopos são variantes do mesmo elemento que diferem apenas no número de nêutrons em seu núcleo atômico – e, portanto, em seu peso.
No início do Sistema Solar, os isótopos de um determinado elemento provavelmente não estavam distribuídos uniformemente:
Na borda externa do Sistema Solar, por exemplo, os isótopos ocorriam em uma proporção ligeiramente diferente daquela encontrada perto do Sol.
Informações sobre a origem de seus componentes básicos são, portanto, armazenadas na composição isotópica de um corpo.
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Vídeo 1: Restos do Planeta Que Colidiu Com a Terra Podem Estar Escondidos no Manto
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Busca de vestígios de diferentes isótopos de ferro em rochas da Terra e da Lua
No presente estudo, a equipe de pesquisa determinou a proporção de diferentes isótopos de ferro em rochas da Terra e da Lua com uma precisão sem precedentes.
Para isso, examinaram 15 rochas terrestres e seis amostras lunares trazidas de volta à Terra por astronautas das missões Apollo.
O resultado não é surpreendente: como já haviam demonstrado medições anteriores das proporções isotópicas de cromo, cálcio, titânio e zircônio, a Terra e a Lua são indistinguíveis nesse aspecto.
No entanto, a grande semelhança não permite conclusões diretas sobre Theia. Existem simplesmente muitos cenários de colisão possíveis.
Embora a maioria dos modelos assuma que a Lua foi formada quase exclusivamente a partir de material de Theia, também é possível que ela seja composta principalmente de material do manto da Terra primitiva ou que as rochas da Terra e de Theia tenham se misturado de forma inseparável.
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Metodologia de engenharia reversa para planetas
Para aprender mais sobre Theia, os pesquisadores aplicaram uma espécie de engenharia reversa para planetas.
Com base nas proporções isotópicas correspondentes em rochas terrestres e lunares atuais, a equipe simulou quais composições e tamanhos de Theia e qual composição da Terra primitiva poderiam ter levado a esse estado final.
Em suas investigações, os pesquisadores analisaram não apenas os isótopos de ferro, mas também os de cromo, molibdênio e zircônio.
“Esses elementos têm diferentes afinidades com metais e, portanto, se distribuem nos mantos planetários em proporções diferentes; é por isso que o ouro é tão raro e precioso!”, explica Nicolas Dauphas, da Universidade de Chicago e da Universidade de Hong Kong.
“Eles nos dão acesso a diferentes fases da formação planetária”, acrescenta.
Muito antes do encontro devastador com Theia, uma espécie de processo de seleção ocorreu no interior da Terra primitiva.
Com a formação do núcleo de ferro, alguns elementos, como ferro e molibdênio, acumularam-se ali; posteriormente, estiveram praticamente ausentes do manto rochoso.
O ferro encontrado hoje no manto terrestre só pode, portanto, ter chegado depois da formação do núcleo, por exemplo, a bordo de Theia.
Outros elementos, como o zircônio, que não afundaram no núcleo, documentam toda a história da formação do nosso planeta.
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Origem dos materiais que deveriam compor Theia estaria mais próxima do Sol do que a da Terra. Os cálculos com meteoritos indicam
Das composições matematicamente possíveis de Theia e da Terra primitiva que resultam dos cálculos, algumas podem ser descartadas por serem implausíveis.
O cenário mais convincente é que a maior parte dos componentes básicos da Terra e de Theia se originou no Sistema Solar interno. É provável que a Terra e Theia tenham sido vizinhas. Timo Hopp, cientista do MPS e autor principal do novo estudo.
Embora a composição da Terra primitiva possa ser representada predominantemente como uma mistura de classes de meteoritos conhecidas, esse não é o caso de Theia.
Diferentes classes de meteoritos se originaram em diferentes áreas do Sistema Solar externo. Elas servem, portanto, como material de referência para o material de construção disponível durante a formação da Terra primitiva e de Theia.
No caso de Theia, no entanto, material até então desconhecido também pode ter estado envolvido.
Os pesquisadores acreditam que a origem desse material esteja mais próxima do Sol do que a da Terra. Os cálculos, portanto, sugerem que Theia se originou mais perto do Sol do que o nosso planeta.
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Bibliografia
Revista Science
Artigo: The Moon-forming impactor Theia originated from the inner Solar System
Autores: Timo Hopp, Nicolas Dauphas, Maud Boyet, Seth A. Jacobson, Thorsten Kleine
Vol.: 390, Issue 6775 pp. 819-823
DOI: 10.1126/science.ado0623
Sociedade Max Planck
Theia and Earth were neighbors.
Política de Uso
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Planeta que Colidiu Com a Terra e Formou a Lua Era Vizinho, Próximo ao Sol
