Com base em dados de 300 milhões de testes do Ministério dos Transportes (MOT) do Reino Unido entre 2005 e 2022 pesquisadores demonstraram que a longevidade média dos carros elétricos é de 18,4 anos, similar ao 18,7 anos dos veículos a gasolina e superior aos 16,8 anos dos modelos a diesel.
O estudo foi publicado na revista norte-americana Nature Energy em janeiro de 2025, realizada por uma equipe internacional das universidades de Birmingham, Londres, Califórnia (San Diego) e Bern (Suíça). Destaca que os avanços rápidos na tecnologia das baterias foram determinantes para esses resultados.
Os modelos elétricos (BEVs) recentes apresentam 12% de redução no risco de falhas a cada ano de produção, contra 6,7% para os veículos a gasolina e 1,9% para os a diesel.
Em Síntese
- A durabilidade de um carro elétrico pode chegar a 18,4 anos, enquanto a de um carro a gasolina é de 18,7 anos.
- Os carros elétricos têm uma manutenção mais simples e menos frequente, pois não precisam de trocas de óleo e filtros.
- Os carros elétricos podem ser mais sustentáveis, pois a sua longevidade superior compensa o impacto inicial da produção das baterias.
- Os carros elétricos podem ser mais eficientes em termos de freios, pois aproveitam a energia gasta nas desacelerações e nas frenagens para recarregar as bateria
Curva de aprendizagem tecnológica acelerou a confiabilidade
O grau de confiança da pesquisa é elevado devido ao uso de uma imensa base de dados e analise de big, técnica que pode ser usada para melhor dar suporte à análise de risco no setor de transporte.
Embora os primeiros Veículos Elétricos (BRVs) apresentassem menor confiabilidade do que os veículos a combustão, os rápidos avanços tecnológicos permitiram que os BEVs mais novos alcançassem vidas úteis comparáveis, mesmo sob uso mais intensivo.
Um aumento de 1 milha por dia aumenta a taxa de risco em 8,4% para veículos a gasolina, 6,4% para diesel e 2,5% para BEVs. Isso confirma a hipótese de que quanto mais intensamente um veículo é dirigido, menor é sua longevidade, mas que os BEVs parecem estar respondendo bem ao aumento da intensidade de uso.
Os veículos elétricos se beneficiam de um layout mecânico mais simples, com menos componentes sujeitos a desgaste, o que contribui para sua durabilidade. Além disso, a evolução das baterias garantiu maior confiabilidade e autonomia. Marcas como Tesla lideram nesse quesito, sendo apontada no estudo como a fabricante de BEVs mais duráveis, reforçando sua posição de destaque no setor.
Embora a produção de carros elétricos envolva emissões iniciais mais altas, seu longo tempo de uso compensa rapidamente a pegada de carbono, especialmente em regiões como a Europa, onde a matriz energética tem se tornado cada vez mais renovável. Isso os torna uma alternativa sustentável frente aos motores a combustão, contribuindo para metas globais de redução de emissões de CO2.
“Os BEVs oferecem benefícios ambientais significativos. Com uma vida útil longa, eles conseguem superar rapidamente os impactos ambientais de sua produção, sendo uma opção sustentável a longo prazo.” professor Robert Elliott, da Universidade de Birmingham
Avanços tecnológicos, políticas de apoio e crescente preocupação com o meio ambiente impulsionaram a mudança de motores de combustão interna tradicionais para conjuntos de força mais limpos, abrindo caminho para um futuro de carbono líquido zero.
Para planejar efetivamente a substituição da frota e lidar adequadamente com veículos aposentados de forma ecologicamente correta, uma melhor compreensão da longevidade do veículo é fundamental.
Bateria: Um dos principais Determinantes da longevidade do veículo
Os desenvolvimentos tecnológicos apresentam oportunidades e desafios. A vida útil estendida dos VEs pode exigir a substituição de baterias se as baterias originais se degradarem prematuramente. As baterias de íons de lítio continuam sendo a tecnologia dominante para alimentar VEs.
A maioria dos novos VEs vem com garantias de 8 anos e 100.000 milhas para suas baterias e a maioria das pesquisas prevê uma vida útil de aproximadamente 8 a 10 anos.
Fontes industriais tendem a ser mais otimistas sobre seus produtos, com a Tesla alegando que suas baterias são projetadas para durar mais que o veículo, e a Nissan relatando que quase todas as baterias que eles já produziram ainda estão em uso nos VEs que eles venderam nos últimos 12 anos.
A análise de mais de 6.300 VEs pela empresa de gerenciamento de frotas Geotab sugere que a maioria das baterias de VEs durará mais que a vida útil dos veículos que eles alimentam.
Outro dado revelador é que os carros elétricos (BEVs) tendem a ser usados de forma mais intensiva que os veículos a gasolina, acumulando em média 200 mil km durante sua vida útil. Apesar de ficaram atrás dos veículos a diesel nesse aspecto — utilizados majoritariamente para longas distâncias devido à sua eficiência —, o desempenho dos elétricos reflete sua crescente viabilidade para diferentes necessidades.
Estratégias para o descarte e reciclagem de veículos elétricos são fundamentais, considerando seu impacto ambiental ao final da vida útil.
“Nossos achados mostram que os BEVs não são mais uma opção de nicho, mas uma alternativa sustentável e viável aos veículos tradicionais. É um passo significativo rumo a um futuro de carbono zero.” Dr. Viet Nguyen-Tien, da LSE, coautor
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Carros Elétricos Apresentam Vida Útil Similar aos de Combustão
Fonte
Nature Energy
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Carros elétricos igualam durabilidade de veículos a combustão
