Atualizado 28 de dezembro de 2025 por Sergio A. Loiola
Pesquisa sugere que duas espécies ancestrais humanas surgiram juntas na África, e não apenas uma como se pensava, que saíram da África em tempos diferentes.
A pesquisa foi publicada na Revista PLoS ONE.
A versão clássica da hipótese da “Saída da África” defende que a primeira espécie humana a deixar o continente, há cerca de 1,8 milhão de anos, foi o Homo erectus.
Mas, nos últimos anos, surgiu um debate sugerindo que não se tratava de uma única espécie, mas de duas, ou mais.
A seguir veremos como os pesquisadores chegaram a esse resultado surpreendente sobre a evolução do grupo humano. Em texto imagens e vídeos.
O que muda na compreensão da evolução humana a descoberta de as nossas origens ser múltipla? Como as espécies teriam se diferenciado na África? Quando e onde elas saíram e se reencontraram? Deixe seu comentário no final!
Vídeo 1: A Fascinante Evolução dos Humanos: Quem Somos Realmente?
Vídeo 2: Os Hominídeos Mais Antigos da Europa Reescrevem a História!
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A questão do número de espécies que originaram o gênero Homo gira em torno dos cinco crânios fósseis de Dmanisi, República da Geórgia, eles são diferentes
O debate sobre o número de espécies que deram origem ao gênero Homo gira em torno dos fósseis de Dmanisi, cinco crânios encontrados na República da Geórgia entre 1999 e 2005, que pertencem a alguns dos humanos mais antigos já descobertos fora da África.
O problema é que esses crânios não são semelhantes. Alguns são maiores que outros, particularmente o Crânio 5, que tem uma caixa craniana pequena, mas um rosto enorme e proeminente.
Alguns pesquisadores explicam isso como uma diferença entre os sexos dentro da mesma espécie, enquanto outros argumentam que representa duas espécies distintas vivendo juntas.
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Análise dentária revelou discrepâncias enormes, indicando espécies diferentes
Para esclarecer a questão, pesquisadores liderados por Victor Nery, da Universidade de São Paulo, estudaram os dentes de três espécimes de Dmanisi.
Isso porque, geralmente, crânios nem sempre são os melhores identificadores de espécies, já que os ossos são frágeis e podem ser deformados e esmagados.
A dentição é muito mais útil, pois o esmalte é a substância biológica mais dura produzida pelos humanos, e tudo, desde a forma e o tamanho dos dentes individuais, pode ser usado para identificar uma espécie.
A equipe concentrou-se na área da superfície (coroa dentária) dos dentes posteriores (pré-molares e molares) dos espécimes de Dmanisi que apresentavam restos dentários suficientes para análise.
Compararam esses dados com um banco de dados de 122 outros espécimes fósseis, incluindo Australopithecus e diversas outras espécies de Homo.
Em seguida, utilizando uma ferramenta de classificação estatística, analisaram 583 dentes para criar um mapa biológico e determinar se os fósseis de Dmanisi pertenciam a uma única família ou a outros ramos da nossa árvore genealógica.
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O mapa das análises estatística biológica revelou que os restos mortais antigos não pertenciam a um único grupo. Duas espécies em vez de uma?
O mapa revelou que esses restos mortais antigos não pertenciam a um único grupo.
O crânio 5, com sua mandíbula grande, foi agrupado com os Australopitecos, um ancestral mais primitivo semelhante a um macaco. Os outros dois espécimes eram mais parecidos com humanos.
Por isso, os autores do estudo defendem o uso dos nomes Homo georgicus para o crânio 5 e Homo caucasi para o grupo semelhante a humanos.
Para garantir que as diferenças não fossem apenas entre machos e fêmeas, a equipe comparou os fósseis com os de grandes símios. Em alguns animais, como gorilas, os machos são muito maiores que as fêmeas, mas ainda possuem os mesmos dentes básicos.
As diferenças entre os dentes de Dmanisi eram tão grandes que as diferenças entre machos e fêmeas dentro do mesmo grupo não conseguiam explicá-las.
“A análise da área da coroa dentária pós-canina dos fósseis de hominídeos de Dmanisi… apoia a hipótese de espécies distintas coexistindo temporalmente no sítio (Homo caucasi e Homo georgicus).
Essa possibilidade desafia o modelo predominante de migração do Homo erectus para fora da África…” comentaram os pesquisadores em seu artigo.
Embora a pesquisa reforce a ideia de que duas espécies deixaram a África aproximadamente ao mesmo tempo, mais espécimes podem ser necessários antes que se chegue a um consenso.
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Bibliografia
Revista PLoS ONE
Testing the taxonomy of hominid fossils from Dmanisi through the area of the dental crown.
DOI: 10.1371/journal.pone.0336484
Phys ORG
A new study suggests that two ancestral human species emerged together in Africa, not just one.
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Pesquisa: Duas Espécies Ancestrais Humanas Surgiram Juntas na África, Não Apenas Uma
